Ensaio MV Agusta Stradale 800 “Urban Attack” (Com vídeo)

Por a 18 Outubro 2016 20:14

Ensaio realizado e escrito por Pedro Rocha dos Santos

Quisemos rever a MV Agusta Stradale 800, agora que as Sport Tourers estão cada vez mais na moda e percebermos exactamente todo o potencial de um excelente exemplo neste segmento e que nos é proposto pela MV Agusta desde 2015.

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Diferente da Rivale nas suas dimensões, na ciclística e no novo desenho do quadro, a Stradale é uma moto impactante pelo seu design original, onde mantém como principal elemento estético e ex-libris da marca que são, para além da sua sigla tantas vezes campeã do mundo, as 3 ponteiras de escape, neste caso a fazer jus ao tricílindrico em linha de 800 cc.

A MV Agusta Stradale foi uma mota desenvolvida de raíz pelo CRC, Claudio Castiglioni Research Center, tendo por base a sua, mais supermotard, Rivale e fazendo evoluir a sua ciclística no sentido de que a moto melhorasse a facilidade de colocação em curva e a maior estabilidade a alta velocidade. O conceito de inspiração, assumido pelo próprio director da MV Agusta, Paolo Bianchi, foi a Ducati Hyperstrada e daí deriva o nome dado ao modelo de Stradale.

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Na Stradale o que salta logo à vista para além do belíssimo escape são de facto as suas malas laterais, que não são uma opção mas de origem e que fazem parte integrante do conceito. Perfeitamente integradas no design e nas linhas gerais da moto deixando “respirar” a traseira e dando um toque de enorme originalidade ao modelo.

O look Sport da Stradale está expresso em todos os elementos da sua ciclística fazendo dantever um temperamento agressivo e de quem quer chegar rápido a qualquer lugar. Mais de que uma Tourer, assim identificada pela MV , para nós a Stradale, parece-nos mais uma desportiva confortável para utilização urbana.

Test Drive

A Stradale é uma moto alta, quase a fazer lembrar uma moto de “enduro” pela sua posição chegada à frente sobre um guiador ao estilo “supermotard”. Imediatamente nos apercebemos que a Stradale vai-nos levar para uma dimensão e uma experiência de pilotagem para a qual vamos ter que mudar o “chip” de Tourer para Sport.

Assim que arrancamos o Tricilíndrico da Stradale, o cantar dos seus escapes identifica de imediato a genética MV. Já de acordo com as normas Euro 4, em termos de ruído e emissão de gases, a Stradale não deixa de mostrar toda a sua personalidade “vocal” quando decidimos deixarno-nos levar pelo entusiasmo em cada subida rápida de rotação.

O painel digital fornece-nos toda a informação necessária, inclusivé de nível de combustível. A electrónica e o ride by wire oferecem 4 mapas de motor, normal, rain e sport para além de um último programável.

Em termos de electrónica a Stradale permite todo o tipo de ajustamentos; 8 modos de controle de tração, 2 níveis de travão de motor, 2 níveis de corte de ignição à rotação máxima, soft e hard, 3 níveis de sensibilidade de acelerador e 2 níveis de resposta de motor.

 

O Quickshift funciona na perfeição e a passagem de caixa a alta rotação faz quase lembrar uma moto de pista. A embraiagem deslizante em perfeita harmonia com o Quickshift permite-nos passagens sem ruidos estranhos de caixa ou o eventual derrapar da traseira da Stradale nas reduções. Um pormenor técnico muito bem desenvolvido pela MV Agusta.

Na posição Sport a Stradale é uma verdadeira “arma mortífera” e faz-nos querer fazer explorar todas as suas potencialidades. Entusiasmante, por isso, a sua condução e, ou controlamos a nossa adrenalina, ou rápidamente correremos o risco de ver alguns pontos arrestados na nossa carta de condução…

Em termos de proteção aerodinâmica a Stradale incorpora um pequeno vidro, regulável manualmente em altura que, que retira alguma da pressão de ar no peito do condutor mas, é mais um elemento estético dentro do conceito “Tourer”.

A Stradale monta excelentes suspensões à frente e atrás, um mono-amortecedor Sachs regulável atrás e uma suspensão Marzochi totalmente ajustável, ambos com um curso de 150mm.

A travagem é assegurada por uns super eficazes travões Brembo, com ABS da Bosch e com uma função RLM ( Rear Wheel Lift Up Mitigation ). Discos de 320 mm na frente com pinças de 4 pistons e disco de 220mm atrás com pinça de 2 pistons.

As jantes são de efeito estético muito bem conseguido sobretudo a traseira que foi especialmente desenhada para a Stradale.

 O Motor

O tricilíndrico de 800cc da Stradale foi desenvolvido inteiramente pela MV Agusta e é o 3 cilindros mais potente e com desempenho mais vibrante do mercado. O peso de apenas 52 kg tem sido a referência para muitos fabricantes e há que destacar que inclui os circuitos de refrigeração e lubrificação com as respectivas bombas no seu interior. Os 115 cv da Stradale em modo Sport estão sempre disponíveis desde baixas rotações mas manifestam-se de forma vigorosa a partir das 3.000 rpm atingindo a potência máxima às 11.000 rpm. Em modo Normal e Rain o motor corta a potência para os 90cv.

 

A caixa de 6 velocidades suave e bem escalonada beneficia do sistema EAS ( Electronicaly Assisted Shift ). O escape aumentou para quase 3 litros o seu volume contribuindo para a optimização de desempenho do fantástico tricilíndrico da MV Agusta. A aceleração até às 12.000 rpm é vibrante e poderosa, altura em que actua o corte de ignição.

Adaptação

Como referimos anteriormente a MV Agusta Stradale está mais perto de uma moto Sport do que de uma Tourer. Poderíamos talvez inseri-la numa classe especial de “Sport Urban Light Tourer” dado que é uma moto fácil de levar, cheia de potência, com uma ciclística excepcional, que curva e trava como uma moto Sport e que garante passeios emocionantes de um dia ou de fim de semana. Definitivamente não será uma Tourer na sua plenitude pois as suas características não se enquadram directamente no conceito.

O banco algo rijo e estreito, de ergonomia e estética perfeitas, certamente não se adaptará à fisionomia de todos os condutores, não permitindo por isso o conforto necessário para tiradas nem viagens muito longas. Existe no mesmo um elemento estético, de uma rigidez questionável, que penaliza fortemente o conforto de quem conduz e também do pendura. Aconselhamos por isso que seja revista esta realidade e que eventualmente a opção de um banco mais confortável possa ou deva ser considerada desde início… e aí a Stradale torna-se uma moto perfeita.

A adaptação não é imediata mas progressiva. Em muitas situações dei por mim com a sensação de estar numa potente moto de enduro ou numa mega Supermoto já que devemos considerar que o estatuto e designação de Hypermoto pertence à Ducati. Pouco a pouco somos obrigados a rendermo-nos ao forte carácter da Stradale e a “re-programar “ a nossa condução para tirarmos todo o partido do seu grande temperamento .

Definitivamente entendo que na Stradale, os 4 quatro mapas de motor se poderiam resumir em apenas um e que estaria sempre bem legível no mostrador digital, Urban Attack, pois essa é a atitude que nos incute a MV Agusta Stradale.

Qualidade

Que dizer sobre a qualidade de qualquer MV Agusta… irrepreensível, evidentemente. Todos os pormenores da moto italiana são de altíssima qualidade, fazendo referência à exclusividade associada à marca e obviamente ao posicionamento que tem em relação à sua concorrência. Um dos pormenores que mais marcam a Stradale são de facto as suas malas laterais, elementos de um design belíssimo, com fechos práticos e materiais de altíssima qualidade, que apenas pecam pela sua baixa volumetria. De destacar que as mesmas integram, de forma estéticamente bem conseguida, as luzes de presença e de stop da moto, luzes essas que ao se retirarem as malas são automáticamente substituídas por outras integradas na própria moto, ocultas pelas malas e de desenho semelhante.

Equipamento e Opções

A MV Agusta propõe um extenso catálogo de acessórios e opções para a Stradale, nomeadamente bancos mais confortáveis ou racing, sacos e malas, uma série de elementos em carbono que darão um toque ainda mais exclusivo à Stradale. Recomendamos talvez um banco mais confortável para quem pretenda fazer uma utilização diária da sua Stradale e uma top case onde se possa colocar um capacete integral, sacrificando um pouco da estética da moto ao conceito prático.

Ensaio realizado e escrito por Pedro Rocha dos Santos

Características (* )

Tipo de motor – 3 cilindros em linha, 4 tempos, 12 válvulas.

Cilindrada – 798cc

Bore Stroke – 79 mm / 54,3 mm

Compressão – 12.3:1

Potência máxima CE – 115 CV (84,5 kW) @ 11.000 rpm

Binário máximo CE – 78,5 Nm @ 9.000 rpm

Sistema alimentação –

Injecção electrónica MVICS Motor & Vehicle / Integrated Control System

Escape – 3 em 1, 3 ponteiras

Transmissão Final – Por corrente

Embraiagem – Assistida , multidisco e deslizante

Caixa de velocidades – 6-velocidades com QuickShifter

Quadro – Treliça e Aluminio berço duplo

Braço oscilante – Monobraço em liga de alumínio 150mm de curso

Roda dianteira – Liga de alumínio fundido multi-raios 17 x 3.5 in

Roda traseira – Liga de alumínio fundido multi-raios 17 x 3.5 in

Pneu dianteiro – 120/70 ZR17

Pneu traseiro – 180/55 ZR17

Suspensão dianteira – Marzocchi 43 mm upside down com ajuste extensão, em pré-carga e hidraulico, curso de 150 mm

Suspensão traseira – Sachs Monoshock com ajuste de pré-carga e hidraulico, 150 mm de curso da roda traseira

Travão dianteiro – Duplo disco de 320 mm, Brembo radiais de 4 pistons de 32mm

Travão traseiro – Único disco de 220 mm disc, Brembo 2-pistons de 34mm

Painel de instrumentos e funções – LCD multi-funcional com velocímetro digital, e modos de aceleração, controle de tracção, computador de bordo, tacómetro, indicador de gasolina com interruptores de controle nos punhos.

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Dados Gerais

Comprimento total – 2130 mm

Largura (sem espelhos) – 890 mm

Altura do banco – 870 mm

Distância entre eixos – 1460 mm

Distancia ao solo – 125 mm

Altura – N.D. mm

Peso em seco – 181 Kg

Capacidade do depósito – 16.0 L

Preço – 13.990,00 €

(*) informação do representante

Mais informações sobre a MV Agusta Stradale 800 AQUI

Concorrência

As referências do segmento das Sport Tourers Hypermotard não são muitas. À partida temos a Hyperstrada da Ducati e a Aprilia Dorsoduro 1200 .

 


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