MotoGP, a atualidade: Jack Miller

Por a 21 Maio 2020 16:00

O próximo na nossa lista dos atuais pilotos de MotoGP é o Australiano Jack Miller, que nem de propósito está no meio de negociações para um possível entrada na equipa oficial de Ducati para o lugar de Danilo Petrucci.

Jack Peter Miller, nascido a 18 de Janeiro de 1995 em Townsville, Queensland, Austrália, é mais conhecido por ter sido o vice-campeão do Mundial de Moto3 de 2014, mas também foi o vencedor do Campeonato Alemão IDM de 125 em 2011.

Miller cresceu numa propriedade fora da cidade de Townsville na Gold Coast, uma cidade tropical onde se divertiu na sua moto e moto4, a fazer esqui aquático e dando uma mão a reparar cercas e tratar de gado.

Os seus pais e irmãos têm apoiado a sua carreira de corrida a todos os passos, ajudando-o a alcançar o objetivo de correr no Campeonato do Mundo. Miller tem corrido de moto e ganho corridas desde os 8 anos.

Começou em terra, e foi campeão australiano de Dirt Bike na categoria de 65cc em 2003. Venceu outros cinco campeonatos australianos em 2005, 2006 e 2007 e muitos outros títulos locais e estaduais em corridas de motos de terra e motocross.

2011 foi o seu ano de fuga para a velocidade e para a Europa. Uma série de fortes performances viu-o ganhar o campeonato alemão na categoria de 125 aos 16 anos. Este resultado mereceu a atenção da Forward Racing, uma equipa italiana que contratou Miller para participar no Campeonato de Moto3 de 2012.

Assim, 2012 foi o primeiro ano de Miller no Campeonato do Mundo de Moto3. Nesse ano, Miller pilotou uma moto da Caretta Technology Forward Racing num chassis Honda.

Embora a moto não fosse muito competitiva, permitiu a Miller aprender os circuitos em que iria correr nos próximos anos. Terminou em 23º lugar no Campeonato de Moto3 nesse ano, com um melhor resultado em 4º lugar no Grande Prémio da Alemanha, no Sachsenring.

Depois, Miller mudou-se para o Racing Team Germany para a temporada de 2013, montando um chassis Honda FTR e conseguiu alcançar 13 pontos durante a temporada, que terminou em sétimo lugar na classificação final do campeonato. O seu melhor resultado foi um quinto lugar em duas ocasiões, nos Grandes Prémios de San Marino e da Austrália.

Miller mudou-se para uma moto KTM apoiada pela fábrica para a temporada de 2014, juntando-se à equipa da KTM Red Bull Ajo um ano antes de Miguel Oliveira. Durante a temporada, Miller registou a sua primeira volta mais rápida, pole position, pódio e vitória… No total, venceu seis corridas nesse ano e terminou a temporada como vice-campeão para Álex Márquez, perdendo o título por dois pontos… outro paralelo com o português que o seguiria, que perderia o título para Danny Kent por 6 pontos no ano seguinte.

Para a temporada de 2015, Miller entrou na classe de MotoGP, formando parte de uma equipa de dois pilotos em ascensão, fazendo parceria com Cal Crutchlow na LCR de Lucio Cecchinello. Miller competiu com uma Honda RC213V-RS de especificação Open. Alcançou o seu melhor resultado com um 11º lugar na Catalunha.

Jack Miller no Grande Prémio da Catalunha de 2015 na Honda da LCR

No Grande Prémio da Grã-Bretanha, Miller subiu na ordem nas primeiras voltas, mas colidiu com o colega de equipa Crutchlow na terceira volta. Assim, Miller terminou a temporada no 19º lugar com 17 pontos.

Em 2016, Miller mudou-se para a equipa Marc VDS. Logo de início, Miller terminou em 14º lugar no Qatar. Na Catalunha, terminou a corrida no 10º lugar o melhor da carreira até então.

Em 26 de Junho em Assen, Jack estava muito forte no top 10 antes da corrida ser parada por causa de chuva forte. A corrida recomeçou para um sprint de 12 voltas, e Miller agarrou-se aos líderes nas primeiras voltas. Estava em quarto lugar no final da 1ª volta e herdou o terceiro lugar quando Andrea Dovizioso caiu, logo atrás do piloto da Honda Marc Márquez.

Na 3ª volta, o líder da corrida, Valentino Rossi, caiu também e uma volta depois Miller ultrapassou Márquez para a liderança da corrida. Manteve a calma para o resto da corrida e afastou-se para reclamar a sua primeira vitória na classe rainha.

Foi assim o primeiro australiano a vencer uma corrida de MotoGP desde Casey Stoner, na Austrália, em 2012, e o primeiro piloto de uam formação satélite a vencer uma corrida desde a famosa vitória de Toni Elias em Portugal, em 2006. As probabilidades de Miller ganhar a corrida eram de 750 para 1, tornando-se na maior reviravolta da história do MotoGP.

O resto da temporada teve sorte mista, com velocidade ocasional a ser afetada por lesões, incluindo uma vértebra fraturada na Áustria. No entanto, conquistou mais três Top 10 para terminar o ano em 18º lugar na classificação.

Jack regressou à equipa de Marc Van den Straten em 2017 e, apesar de por vezes não ter o ritmo bruto da época anterior, parecia ter amadurecido e tornou-se um marcador de pontos consistente. Este facto foi reconhecido pela Honda, que lhe deu a oportunidade de andar numa moto de fábrica nas 8 Horas de Suzuka. Registou nove Top 10 na temporada, com um melhor resultado de sexto lugar duas vezes, em Assen e no molhado em Misano.

Apesar de ter partido uma perna enquanto treinava antes do Japão, regressou para a sua corrida em casa na Austrália e liderou nas primeiras voltas. Com isso terminou o ano 11º na classificação.

Jack com Francesco Guidotti da Pramac

Em 2018, Miller mudou-se para a Pramac Racing, agora montando uma Ducati, mas ao contrário do outro piloto, o italiano Petrucci, teve de ficar com uma GP17, a moto do ano anterior. No entanto, o australiano obteve dois quartos lugares e uma pole position e terminou a temporada na 13ª posição.

Em 2019, Miller ganhou o direito de montar uma GP19 atual, depois de Petrucci se ter mudado para a equipa de fábrica da Ducati. O seu novo companheiro de equipa era o campeão de Moto2, Francesco Bagnaia. A temporada começou muito forte para Miller no Qatar, poia qualificou em 4º, mas foi forçado a retirar-se na corrida devido a um poisa-pés quebrado enquanto lutava pela liderança. Em 2019, Miller terminou 4º na Argentina e somou 5 pódios em Austin (o seu primeiro pódio desde a vitória de Assen em 2016), Brno, Aragón, Phillip Island e Valencia para terminar o ano em 8º atrás de Valentino Rossi…

Com 85 partidas na classe rainha, de onde conseguiu uma vitória, 6 pódios e uma volta rápida e pole cada, o futuro só pode ser brilhante para Miller, especialmente se, como tudo parece indicar, ascender à formação oficial da Ducati para 2021…

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