MotoGP: Os dias difíceis de Valentino Rossi com a Ducati GP12

Por a 1 Dezembro 2022 10:57

O regresso aos 1000cc de cilindrada em 2012, não se traduz em resultados positivos para a equipa de Borgo Panigale. A Desmosedici monta um novo quadro de alumínio, mas com uma frente difícil luta para fazer curvas. A experiência do Doctor levará ao renascimento técnico, Paolo Ciabatti passa a gerir a equipa e a Audi assume a Ducati.

Entre as motos que fizeram história na Ducati não há apenas motos bem-sucedidas, a GP12 foi de certa forma um “flop”. Muitos ainda se lembram do período de dois anos de Rossi de vermelho: um período decididamente infeliz e caótico mas, de alguma forma, portador de várias inovações técnicas e de definição de projetos.

A aventura do Doctor começa mal desde logo. 2011 é o último ano do motor de 800cc, mas os tempos não chegam desde os testes de Valência, o sentimento entre moto e piloto vai mal. Vários novos quadros de carbono são experimentado ao longo da época, mas nada parece funcionar. Em Assen é utilizada uma GP11.1, nascida com base no protótipo que vai começar a correr no ano seguinte. De fato, o regulamento de 2012 prevê o regresso aos 1000cc, então a Ducati pega o novo motor, encurta o curso e transforma-o num 800cc. Do ponto de vista do quadro, é introduzido um novo braço oscilante, muito parecido com o da Yamaha M1. A GP11.1 também emprega a nova caixa de velocidade contínua destinada à GP12. Porém, a segunda parte do campeonato acaba por ser ainda pior que a primeira: o bombeamento diminui, mas a moto ainda não faz as curvas devidamente. Nem mesmo a introdução de um quadro de alumínio resolve os problemas. A Desmosedici na versão 800cc – pela primeira vez em cinco anos – termina o campeonato sem uma única vitória.

Pouco progresso

A moto de 2012 já vem com quadro de alumínio que abriga o motor Desmo, agora com 1000cc de cilindrada. O cárter foi então redesenhado, de forma a poder alojar o motor numa disposição em V e não em L. Após algumas corridas, o volante do motor é montado externamente, de forma a testar eixos com diferentes valores de inércia. A evolução não é significativa e Rossi pede mais aceleração, mas só consegue um pouco mais de sprint.

Um novo braço oscilante também é visto, mas, dado o aumento na vibração, a solução é abandonada após algumas corridas. Até à corrida de Misano, agora na segunda parte da temporada, os resultados são ainda piores do que no ano anterior, com exceção do segundo lugar em Le Mans. Mais um novo quadro é testado no Circuito Mundial Marco Simoncelli, mas a aventura de Rossi está agora a terminar, uma vez que o italiano já anunciou o seu regresso à Yamaha. Pelo menos a GP12 agora oferece mais aderência na frente do que na traseira, e Rossi consegue “sentir” melhor a moto na travagem.

Um novo rumo

Em meados de 2012, a Audi assumiu a Ducati e Filippo Preziosi é substituído por Bernhard Gobmeier, vindo do departamento de corridas de superbike da BMW. Paolo Ciabatti torna-se diretor da equipa em pista. A casa dos anéis reestrutura profundamente a empresa, processo que continuará em 2013, quando Andrea Dovizioso e Nicky Hayden estarão em pista. Do ponto de vista técnico, porém, ainda existem dificuldades muito grandes para recuperar a diferença em relação aos rivais. No mesmo ano, Gigi Dall’Igna será contratado e o engenheiro do Veneto começará a trabalhar na moto de 2014, com uma longa jornada rumo ao renascimento desportivo.

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