A caravana do todo-o-terreno mundial prepara-se para regressar ao maior desafio do calendário: o Rali Dakar. Em 2026, a prova chega à sua 48.ª edição — a sétima consecutiva disputada integralmente na Arábia Saudita — e promete, uma vez mais, duas semanas de exigência extrema, resistência física e navegação ao limite. Entre 3 e 17 de janeiro, pilotos e equipas enfrentarão um percurso muito exigente, com partida e chegada em Yanbu, num total aproximado de 8.000 quilómetros, dos quais cerca de 5.000 serão cronometrados na categoria Moto.
A edição de 2026 contará com 13 etapas e um Prólogo inaugural, incluindo etapas maratona onde os pilotos terão de sobreviver sem assistência externa, recorrendo apenas a ferramentas limitadas e à ajuda mútua, pernoitando nos chamados “Bivouac”, num regresso ao espírito mais puro da prova.
No plano desportivo, todas as atenções recaem sobre Daniel “Chucky” Sanders. O australiano da Red Bull KTM Factory Racing chega como campeão do mundo de Rally Raid e vencedor do Dakar, ostentando o número #1 na sua KTM 450 Rally. Parte como principal favorito, mas a missão de repetir o triunfo será tudo menos simples — algo que não acontece há uma década, desde Marc Coma. A KTM apresenta ainda Luciano Benavides e o promissor Edgar Canet, que sobe à classe RallyGP após se destacar na Rally2.
A grande rival continua a ser a Monster Energy Honda HRC, liderada estrategicamente pelo português Ruben Faria, e com um quarteto de peso: Ricky Brabec, Skyler Howes, Adrien van Beveren e Tosha Schareina, este último embalado pela vitória no Rali de Marrocos. Fora das estruturas oficiais, nomes como Ross Branch, Nacho Cornejo, Bradley Cox ou Mason Klein surgem como outsiders capazes de surpreender.
No total, 116 pilotos alinham na categoria Moto, distribuídos entre RallyGP, Rally2, Original by Motul (sem assistência), classes Legend e um impressionante grupo de 43 estreantes. Estarão representados 11 fabricantes, com KTM e Honda a liderarem a armada, mas também com marcas como Hero, Sherco, Husqvarna, Yamaha, GasGas, Kove ou Rieju presentes à partida.
Portugal volta a marcar presença com cinco pilotos. Martim Ventura, com a Honda, surge como a grande aposta nacional, com ambições claras de lutar pelos lugares cimeiros na Rally2. Bruno Santos, com a Husqvarna, é o mais experiente da comitiva lusa, cumprindo a sua terceira participação no Dakar. Já Nuno Silva, Pedro Pinheiro e Ricardo Lastra, integrados na Old Friends Rally Team, encaram a prova com o objetivo de viver o verdadeiro espírito Dakar e chegar ao fim em Yanbu.
Calendário das etapas do Dakar 2026:
3 de janeiro – Prólogo – Yanbu / Yanbu – Especial 23 km / Total 98 km
4 de janeiro – 1ª Etapa – Yanbu / Yanbu – Especial 305 km / Total 518 km
5 de janeiro – 2ª Etapa – Yanbu / Alula – Especial 400 km / Total 504 km
6 de janeiro – 3ª Etapa – Alula / Alula – Especial 422 km / Total 666 km
7 de janeiro – 4ª Etapa – Alula / Bivouac Refúgio – Especial 417 km / Total 492 km
8 de janeiro – 5ª Etapa – Bivouac Refúgio / Hail – Especial 356 km / Total 417 km
9 de janeiro – 6ª Etapa – Hail / Ríade – Especial 331 km / Total 920 km
10 de janeiro – Dia de descanso – Ríade
11 de janeiro – 7ª Etapa – Ríade / Wadi Ad-Dawasir – Especial 462 km / Total 876 km
12 de janeiro – 8ª Etapa – Wadi Ad-Dawasir / Wadi Ad-Dawasir – Especial 481 km / Total 717 km
13 de janeiro – 9ª Etapa – Wadi Ad-Dawasir / Bivouac Refúgio – Especial 418 km / Total 540 km
14 de janeiro – 10ª Etapa – Bivouac Refúgio / Bisha – Especial 371 km / Total 417 km
15 de janeiro – 11ª Etapa – Bisha / Al Henakiyah – Especial 347 km / Total 882 km
16 de janeiro – 12ª Etapa – Al Henakiyah / Yanbu – Especial 310 km / Total 718 km
17 de janeiro – 13ª Etapa – Yanbu / Yanbu – Especial 105 km / Total 141 km
















