MotoGP, as equipas: A Sky VR46 de Rossi

Por a 4 Junho 2020 16:00

Bastaria dizer 46 para a maioria dos interessados na competição em duas rodas saber que se trata de alguma coisa associada a Valentino Rossi. No caso, a SKY VR46 é uma equipa de motociclismo pertencente a Valentino Rossi e sediada em Tavullia, em Marche, na Itália, onde o campeão reside depois de ter passado algum tempo em Londres para escapar à pressão constante dos fãs.

A Sky Racing VR46 na formação original de Moto3 com Bulega (8) Fenati (5) e Migno (16)

A equipa, fundada em 2014, e com uma das imagens mais impactantes e cuidadas do paddock, corre em MotoGP nas categorias de Moto3 com motocicletas KTM RC250GP e na categoria de Moto2 com motos de Moto2 Kalex, agora, claro, com motores Triumph como todo o resto do plantel.

Embora Valentino, ainda a competir a tempo inteiro em MotoGP, e de facto com 41 anos o piloto mais idoso do plantel de longe, pouca atenção possa dedicar à gestão da formação e a equipa seja para todos os efeitos administrada pelo amigo de infância e companheiro de Valentino Uccio Salucci, o team manager é o ex-piloto do Mundial Pablo Nieto.

Nieto com Bezzecchi e Migno

Depois do fiasco de 2007 com a Great White London, cujo corrupto dono, manager e suposto amigo de infância de Rossi, Guido Badioli, não só o roubou (deviam saber, Great White é um tubarão) como o colocou em problemas com o fisco Italiano, falsificando as suas declarações, Rossi teve de fazer um acordo com a autoridade e pagar 35 milhões de Euros de IRS atrasado. Como resultado, Rossi é agora o seu próprio manager com a VR46 desde 2008, mas o pai Graziano também vigia discretamente à distância os investimentos do filho, incluindo a equipa.

Mais uma apresentação, desta feita já com as Moto2

No entanto, em termos da presença de Valentino, qualquer dos pilotos concordaria que, quando lhes dá atenção, Rossi é o primeiro a saber pô-los à vontade e a ensinar-lhes a focar-se nos resultados e a excluir tudo o resto para se concentrarem. É famoso o seu interesse pelos seus discípulos, aparecendo discretamente junto à vedação antes da partida de cada classe para seguir a ação com interesse, quando outros pilotos da MotoGP quase nem seguem minimamente as outras categorias.

Nico Bulega foi um dos talentos revelados pela VR46

No seu ano de estreia de 2014, e até 2017, competiu apenas na categoria de iniciação Moto3, inicialmente com Romano Fenati, Bulega e Migno, a que se juntou depois  Francesco Bagnaia. Nesse primeiro ano, Fenati ganhou mesmo 4 corridas, na Argentina, Espanha, Itália e Aragón, mas com a irregularidade típica das Moto3, também não terminou outras 4 corridas e acabaria o ano apenas 5º.

Andrea Migno e Francesco Bagnaia vieram engrossar a formação em 2015, este último apenas da corrida final do ano em Valencia

Em 2015 e 2016, Romano Fenati já só conseguiu ganhar uma corrida cada ano, e quando em 2016 teve uma birra em que reclamou que não lhe davam a melhor atenção, discutiu violentamente com Salucci, acabando despedido da equipa.

A equipa SKY VR46, que Rossi reúne regularmente para treinar no seu rancho em Tavullia ou na pista local de Misano Adriatico já averbou 18 vitórias (7 em Moto3 e 11 em Moto2) e um campeonato de pilotos, com Francesco Bagnaia a conquistar o título de Moto2 em 2018 após uma batalha ao longo de toda a época com Miguel Oliveira.

A formação não podia deixar de dar parabéns ao “Doctor”

A equipa, alinhando nas duas classes mais pequenas, acaba  por ser uma das maiores do paddock justamente por isso, chegando a ter 3 pilotos em Moto3, pois alinhou com Nicolò Bulega, Dennis Foggia e Celestino Vietti nas pequenas Moto3 em 2018, mas na sequência de boatos de que esteve prestes a perder o patrocínio na Sky, reduziu isso para 2019 a 2 pilotos, ficando com o #13 Celestino Vietti e o # 16 Andrea Migno.

A exceção foi o Grande Prémio “de casa” em San Marino, onde a participação nas Moto3 foi engrossada para 3 com o Wild card Elia Bartolini, que ainda marcou um ponto ao acabar em 15º lugar.

Dennis Foggia foi outro piloto VR46

Entretanto, Nico Bulega transitou para a classe de Moto2 e na sequência de alguns resultados assim-assim, incluíndo não acabar 6 corridas, foi “libertado” para 2020. O seu melhor em 2019, e portanto até agora em Moto2, foi um 7º na Republica Checa, por coincidência o mesmo melhor resultado que tinha conseguido na KTM em Moto3 no ano anterior, mas dessa feita na Tailândia e nas Moto3, onde era geralmente considerado alto demais para a classe. Bulega acabou por ser contratado para a Gresini em Moto2 para 2020.

Assim, para as Moto2 para este ano, quando começar, a VR46 conta com o # 10 Luca Marini e com o #72 Marco Bezzecchi. De Luca Marini, que como meio-irmão de Valentino Rossi da parte da mãe Stefania é muito próximo do Campeão, começa a ser justo dizer que se esperava mais, embora o ano passado o piloto tenha finalmente conseguido alguns resultados consistentes com 2 vitórias seguidas, na Tailândia e no Japão, e outros dois pódios na Itália (2º) e Holanda (3º).

A ameaça de perda da Sky como patrocinador não se materializou e para já, a VR46 engrossa o império comercial de Rossi, que tem um valor reputado de mais de 140 milhões de dólares, e é creditada com a descoberta de muitos dos talentos atuais nas 3 categorias.

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