A incerteza em torno do futuro de Miguel Oliveira continua a gerar entusiasmo nos bastidores do motociclismo internacional. A cinco rondas do final do Campeonato do Mundo de MotoGP de 2025, o piloto português ainda não anunciou o seu destino para 2026 — uma decisão adiada por uma série de fatores desportivos, contratuais e estratégicos que colocam várias opções em cima da mesa.
Uma das principais razões para o atraso está ligada ao contrato que Oliveira assinou com a Yamaha, através da equipa satélite Prima Pramac, válido para 2025 e com uma cláusula de extensão dependente do seu desempenho. A lesão que sofreu na Argentina no início da temporada acabou por prejudicar o seu desempenho e limitar as condições para acionar essa cláusula, deixando em aberto a sua continuidade na estrutura japonesa.
A situação foi ainda mais complicada pela confirmação de Toprak Razgatlioglu na Pramac Yamaha para 2026 e pela renovação de Jack Miller, o que retirou de imediato as hipóteses de Oliveira permanecer no projeto atual. Além disso, a sua ausência em várias corridas e alguns resultados menos impressionantes acabaram por enfraquecer a sua posição no mercado da MotoGP — uma realidade que o próprio piloto reconheceu em declarações recentes.
Apesar do impasse, o futuro de Oliveira está longe de estar definido. O piloto de Almada continua a ser um nome cobiçado por várias equipas do paddock do WorldSBK, nomeadamente a BMW, que procura substituir Razgatlioglu na próxima temporada. A marca alemã parece ser a opção mais sólida e concreta, oferecendo a Oliveira um projeto competitivo numa estrutura profissional com ambições de lutar pelos primeiros lugares.
A Honda também parece ser uma possibilidade em aberto. O fabricante japonês pode estar interessado em contratar Oliveira para o seu programa de Superbike, com uma possível ligação paralela como piloto de testes no MotoGP ou como piloto a tempo inteiro em 2027. No entanto, a história recente da marca no WSBK tem sido menos positiva, levantando dúvidas sobre o potencial real do projeto para lutar consistentemente pelas vitórias.
Jake Dixon e Somkiat Chantra são os dois principais candidatos a ocuparem os dois lugares de fábrica, contudo, ainda não foi oficializado nenhum acordo com estes pilotos.
Por outro lado, a Yamaha ainda pode tentar manter Oliveira nas suas fileiras, seja com uma função de desenvolvimento como piloto de testes no MotoGP, ou mesmo com uma oferta para o WSBK. No entanto, o piloto português já deu a entender que pretende continuar a competir ativamente e não apenas assumir funções nos bastidores, o que torna a possibilidade de uma função limitada na garagem menos atraente.
A julgar pelos cenários em cima da mesa, tudo indica que a opção da BMW no WSBK poderá ser o destino mais lógico e vantajoso para o piloto português em 2026. A marca oferece garantias de competitividade, uma estrutura técnica sólida e um lugar de partida num campeonato cada vez mais prestigiado, sem a pressão extrema e as limitações técnicas que marcaram os seus últimos anos no MotoGP.
Com o tempo a esgotar-se e as equipas a finalizarem os seus alinhamentos para a próxima temporada, a decisão de Miguel Oliveira deverá ser conhecida nas próximas semanas. Até lá, o piloto português continua a avaliar todas as possibilidades, consciente de que o próximo passo poderá marcar uma nova fase na sua já notável carreira.
















