A Yamaha tem sido uma das marcas mais emblemáticas do MotoGP, com uma história que remonta ao início da competição, mas foi com a chegada de Valentino Rossi em 2004 que o fabricante japonês atingiu o auge do desporto motorizado de duas rodas.
A Era dourada com Valentino Rossi (2004-2010)
Quando Valentino Rossi trocou a Honda pela Yamaha em 2004, muitos duvidaram da decisão, já que a Honda dominava a categoria e a Yamaha estava numa fase difícil. No entanto, Rossi provou que a mudança foi a correta. Na sua primeira temporada com a Yamaha, Rossi conquistou o título mundial, derrotando pilotos como Sete Gibernau ou Max Biaggi, que na altura eram a principal ameaça.
Este título foi um momento marcante não só para Rossi, mas para a Yamaha, que estava a fazer um regresso impressionante após uma década sem vencer o campeonato. A máquina Yamaha M1, que até então não era considerada a mais competitiva, tornou-se uma das mais rápidas e equilibradas devido ao talento de Rossi e ao trabalho de desenvolvimento conjunto entre o piloto e os engenheiros da Yamaha.
Com Rossi, a Yamaha dominou o MotoGP de 2004 a 2010, conquistando 4 títulos mundiais, 2 deles consecutivos (2004 e 2005) e depois novamente de 2008 a 2009. A parceria foi responsável por colocar a marca de Iwata no topo, superando marcas consagradas como Honda e a Ducati, instaurando um reinado no MotoGP.
O declínio e os desafios pós-Rossi (2011-2021)
Após a saída de Rossi para a Ducati em 2011, a Yamaha enfrentou um período de incerteza, com a liderança do MotoGP a ser partilhada entre a Honda e a Ducati. Apesar de continuar a obter bons resultados, a marca começou a perder o seu brilho. Jorge Lorenzo, que se destacou com a Yamaha, continuou a conquistar vitórias e títulos, mas a equipa já não conseguiu o domínio absoluto dos anos anteriores.
Em 2015, Lorenzo voltou a ser campeão do mundo com a Yamaha, mas depois disso, o panorama competitivo mudou. A Yamaha, que sempre se destacou pela sua agilidade e equilíbrio, foi ultrapassada pelas máquinas mais potentes da Honda e da Ducati, especialmente em circuitos rápidos onde o desempenho do motor é crucial. A alteração dos regulamentos e a crescente competitividade das marcas rivais exigiram uma adaptação constante.
A recuperação e os desafios actuais (2021-2025)
Nos últimos anos, a Yamaha tem enfrentado uma série de dificuldades no MotoGP. A M1, embora continue a ser uma moto com grande desempenho em certos tipos de circuito, tem lutado para competir em igualdade de condições com a KTM, Ducati e até mesmo a Aprilia. A ausência de uma moto com um motor mais potente e a dificuldade em acompanhar as melhorias tecnológicas das suas rivais europeias levaram a Yamaha a enfrentar um dos momentos mais difíceis da sua história no MotoGP.
No entanto, a chegada de 2024 e 2025 trouxe sinais positivos. A Yamaha começou a reorganizar-se e a desenvolver uma nova abordagem aos desafios do MotoGP, com a entrada de pilotos como Fabio Quartararo e Alex Rins continuou a dar bons resultados, especialmente Quartararo, que manteve a Yamaha competitiva, alcançando várias vitórias e, em 2021, o título mundial, o que trouxe uma esperança renovada para a marca.
O trabalho de desenvolvimento da moto, com foco no desempenho do motor e na aerodinâmica, permitiu que a Yamaha mostrasse sinais de recuperação nas temporadas de 2024. Quartararo, um dos grandes nomes da marca, é agora a referência da Yamaha, e a equipa tem procurado melhorar o seu desempenho, evidência disto é o investimento feito para 2025 com uma equipa satélite com motos de fábrica.
A evolução das configurações electrónicas e as actualizações do motor também têm sido cruciais para esta melhoria. A marca ainda não pode competir diretamente com a Ducati ou a KTM em todos os tipos de circuito, mas está a dar passos importantes na sua recuperação.
Em 2025 espera-se que o fabricante japoneŝ consiga “dar o salto” com uma fileira de quatro pilotos de elite. Fabio Quartararo é evidentemente a referência da Yamaha, mas Alex Rins, Jack Miller e Miguel Oliveira como pilotos consagrados e com uma reputação ao nivel de poucos na classe rainha, estão preparados para levar a M1 ao topo da classificação.