MotoGP, 2021: Sahara fala da saída de Brivio da Suzuki

Por a 15 Janeiro 2021 14:30

Perguntámos a Shinichi Sahara, Líder de Projeto da Equipa Suzuki Ecstar sobre os planos para 2021 e o caminho a seguir depois de Davide Brivio

“Podemos gerir a situação, estaremos mais unidos do que nunca”

Uma nova era começa para a Suzuki agora que Davide deixou a equipa. Como é que esta notícia de última hora vos afetou?

“Foi uma notícia chocante. Agradeço muito o que Davide fez desde que se juntou à Suzuki, entrando no início com o projeto recém-criado e fazendo-o crescer para se tornar uma equipa de topo. De certeza que somos afetados, mas acho que não vamos perder o caminho sem ele, porque sempre olhamos para as coisas da mesma forma e concordamos com o rumo a tomar. Também temos pessoal especializado para nos ajudar a gerir. Confio plenamente na estrutura da equipa que temos e no resto das pessoas que ajudaram a construí-la.”

Como está a sensação dentro da equipa depois deste anúncio?

“Quando o Davide contou a toda a equipa, todos ficaram chocados, claro.

Mas em pouco tempo, viramos as nossas mentes para os próximos passos para superar esta situação juntos. Vamos estar mais unidos do que nunca porque todos amamos esta marca, esta equipa, e vamos dar 150% para continuar com os novos desafios da melhor maneira.”

Como pode isso afetar a fábrica e a equipa antes de uma importante temporada de 2021, onde a Suzuki e Joan Mir vão tentar defender o título?

“Na minha opinião, não deve afetar nada a partir de agora. Vamos trabalhar como sabemos, e ainda mais do que antes, já que ganhámos o campeonato. A nossa atitude nunca mudou: vamos tentar lutar pelo título novamente com os nossos dois pilotos fortes, Mir e Rins.”

E como é que isso afeta os pilotos?

“Não vai afetar a capacidade dos nossos pilotos de lutarem pelo campeonato. Já somos campeões e temos dois jovens, talentosos e grandes pilotos. Eles sabem lidar com problemas ou situações difíceis e gerem a pressão a toda a hora. Não estou nada preocupado deste ponto de vista. São ambos super profissionais e prontos para o Campeonato de 2021.”

Isto significará a necessidade de reestruturar os atuais departamentos de equipa?

“É sempre necessário afinar a estrutura da equipa para obter o máximo desempenho de cada membro da equipa como procedimento padrão, mesmo sem a saída do Davide. Mas acho que todos são profissionais o suficiente e têm conhecimentos para continuar da melhor maneira possível.”

A Suzuki tem agora duas opções: escolher alguém de fora da equipa para substituir Davide ou promover alguém que já esteja dentro da equipa para manter a filosofia e a familiaridade. Qual diria que é a melhor escolha neste momento?

“Acho que podemos gerir a situação com as pessoas de dentro da Suzuki, e é a melhor maneira para nós. Sabemos quem somos, como trabalhamos, como interagimos e o que precisamos. Não vamos procurar um gestor externo neste momento, vamos tentar gerir sozinhos.”

Falando sobre a próxima temporada de 2021, o que é que pressionou mais a Suzuki durante as férias de inverno?

“Como temos vindo a fazer no passado, estamos a tentar melhorar todas as áreas do desempenho da nossa moto sem perder o bom equilíbrio. Provavelmente devemos lutar por ter melhores posições na grelha sem perder qualquer desempenho na distância de corrida.”

Como é que a rivalidade entre a Joan e o Alex pode ajudar a melhorar a moto?

“Temos de ser capazes de evitar erros graves em termos de direção de desenvolvimento com os vários dados recolhidos a partir de dois estilos pilotagem com características diferentes a um nível muito elevado. Eles entendem o benefício de partilhar dados e ajuda-nos no desenvolvimento das motos tornar tudo mais competitivo para ambos os pilotos.”

A melhor versão de Joan Mir ainda está para ser revelada?

“Sim, é claro. Ele ainda é jovem e está prestes a começar apenas a sua terceira temporada connosco, por isso ainda há uma grande margem para conhecer a moto, a equipa e melhorar. Acho que depois de ganhar o campeonato também ganhou maturidade e sabe lidar com a pressão.”

E o Alex?

“Vamos ver como o Rins também se torna mais forte, lutando com o seu companheiro de equipa. No ano passado, infelizmente, estava em grande forma e depois lesionou-se, e isso condicionou muito o seu desempenho ao longo da época.”

O congelamento do desenvolvimento vai a favor da Suzuki?

“Eu diria que não; do ponto de vista da engenharia temos sempre novas ideias para melhorar a moto. Mas felizmente o pacote da nossa moto não foi mau em 2020, por isso vamos fazer um desenvolvimento cuidadoso nas áreas em que nos é permitido trabalhar. De qualquer forma, nunca se sabe como os novos regulamentos vão afetar as coisas, mas penso que é a mesma situação para todos os fabricantes. São as mesmas regras para todos, por isso as cartas estão na mesa e todos temos de lidar com isso.”

Como está a situação em relação à equipa satélite que, em teoria, já poderia estar a funcionar em 2022?

“Ainda estamos a investigar qual a melhor maneira. Durante a temporada talvez tenhamos mais informações.”

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