O Rally Dakar é considerado uma das últimas aventuras deste planeta. Poucos experimentaram de perto a transformação do rali mais difícil como o veterano Franco Picco.
O Rally Dakar existe desde 1978. A capital do Senegal foi o destino final do rali mais difícil durante muitos anos, até que o evento foi cancelado em 2008 devido a alertas de terrorismo. O rali mudou então para a América do Sul e acontece na Arábia Saudita desde 2020. Um dos poucos pilotos que vivenciaram essa história na íntegra como participante ativo é Franco Picco – de moto, quadriciclo ou carro. O italiano tinha 68 anos quando participou pela última vez!
– “Fiquei em terceiro no meu primeiro Dakar e em segundo nas edições de 1988 e 1989. Também participei nos ralis da América do Sul, que ofereceram paisagens muito bonitas. Mas adoro as dunas e a areia, por isso a Arábia Saudita é mais atraente para mim”, explicou Picco. “O Dakar mudou. Na década de 1990, ainda percorríamos o continente africano. Hoje tudo acontece num único país, com etapas em loop. O Dakar transformou-se numa corrida de enduro extremo.”
Na sua longa carreira, Picco competiu no Dakar como piloto de fábrica, como privado e muitas vezes na categoria Original by Motul, anteriormente chamada de ‘Malle-Moto’.
“Nas minhas muitas participações, vi muitos homens mais jovens falharem por causa de coisas às vezes triviais. Quando as coisas ficaram complicadas, consegui usar os meus pontos fortes: habilidades de navegação, distribuição de forças e também o meu conhecimento técnico”, disse o piloto, que hoje apoia o projeto de rali da Fantic como team manager. “A nova geração de pilotos é incrível. Os dez primeiros pilotos são excepcionais. Há alguns anos, a vitória geral era sempre uma batalha entre Desprès e Coma. Hoje há um vencedor diferente todos os dias. O nível é incrível e tudo ficou muito mais profissional.”