História do MotoGP: Recordando Nicky Hayden, Parte 4

Por a 21 Abril 2020 16:00

A mudança para a Ducati só trouxe problemas a Hayden, que em 2009 tinha assinado uma prorrogação de um ano do seu contrato para a temporada de MotoGP de 2010, pondo fim à especulação de uma mudança, para voltar a ser colega de Casey Stoner na equipa Italiana.

Durante a época baixa, Hayden foi operado ao braço direito, tendo sofrido de síndrome compartimental, mais conhecido como inchaço do braço.

Hayden começaria a temporada bem nas rondas do Qatar, Espanha e França. No entanto, a sua sorte terminaria na quarta prova da temporada em Itália, quando caiu de 6º à sexta volta. Após a sua queda em Mugello, Hayden viria a terminar em quarto na Grã-Bretanha, sétimo na Holanda, oitavo na Catalunha, sétimo na Alemanha, quinto nos Estados Unidos e sexto na República Checa e em Indianápolis.

Na corrida de San Marino, Hayden retirou-se mais uma vez quando caiu na primeira volta e derrubou Loris Capirossi, danificando o dedo mindinho direito, exigindo mesmo uma cirurgia. Após a sua segunda queda do ano, Hayden registou o seu primeiro pódio, um terceiro lugar no GP de Aragón.

Na última volta, ultrapassou a Yamaha de Jorge Lorenzo na penúltima curva, mergulhando por dentro na lenta curva direita-esquerda que leva à reta final. Com Hayden na trajetória, Lorenzo foi forçado a recuar, concedendo o terceiro lugar. Com Casey Stoner a vencer a corrida, foi a primeira vez que duas Ducatis terminaram no pódio desde que Stoner e Loris Capirossi terminaram em primeiro e segundo no Grande Prémio da Austrália de 2007.

Então, Hayden caiu na segunda volta da prova japonesa, juntamente com Ben Spies, mas voltou a entrar e terminou na 12ª posição. Nas rondas da Malásia, Austrália e Portugal, Hayden terminou em sexto, quarto e quinto, respetivamente. Depois, na última corrida em Valencia, perdeu controlo da dianteira da sua máquina e do terceiro lugar acabou na gravilha.

Com isto, Hayden terminou em sétimo lugar no campeonato, com 163 pontos, 220 pontos, atrás do campeão Jorge Lorenzo e a 82 pontos do segundo classificado, Dani Pedrosa.

Hayden dominava em Laguna Seca

Mesmo assim, a 28 de Agosto de 2010, Hayden prolongou a sua parceria com a Ducati, assinando uma extensão de contrato de dois anos.

A temporada de 2011 de Hayden começou com um nono lugar no Qatar, seguido dum terceiro lugar na ronda espanhola. Depois de ter evitado incidentes que eliminaram vários corredores da frente, Hayden foi auxiliado por uma falha mecânica de última volta de Colin Edwards, que o afastou da corrida, para ocupar o seu primeiro pódio desde Aragón em 2010.

Depois do seu primeiro e único pódio da temporada, Hayden continuou a manter-se nas posições pontuáveis para as próximas 10 corridas, incluindo uma volta mais rápida durante o GP da Grã-Bretanha. Terminou em nono lugar em Portugal, sétimo em França, oitavo na Catalunha, quarto na Grã-Bretanha, quinto na Holanda, 10º em Itália, oitavo na Alemanha, sétimo nas duas corridas nos Estados Unidos e República Checa e 14º em Indianápolis.

Ficou no Top 10 em todas as corridas, menos uma, quando terminou em 14º lugar na sua corrida de casa, em Indianápolis depois de uma paragem não programada nas boxes, com problemas no pneu dianteiro Bridgestone mais macio.

Na ronda de San Marino, Hayden registou a sua primeira desistência da temporada. Durante a corrida afetada pela chuva, perdeu a frente na saída da curva 15 e deslizou para fora da luta à terceira volta. Depois de Misano, Hayden registou três sétimos lugares consecutivos em Aragón, no Japão e na Austrália para manter o seu oitavo lugar no campeonato. O Grande Prémio da Malásia, no qual Hayden se qualificou em sexto lugar, foi cancelado após a trágica morte de Marco Simoncelli.

Na última corrida da temporada, a ronda da Comunidade Valenciana, Hayden retirou-se mais uma vez eliminado, juntamente com o colega de equipa Rossi, numa colisão de quatro motos na primeira volta, causada por Álvaro Bautista. O incidente deixou Hayden com um pulso partido, e foi forçado a faltar aos testes pós-temporada na semana seguinte.

Assim, Hayden terminou em oitavo lugar no campeonato, com 132 pontos, 218 pontos atrás do campeão Casey Stoner e 128 pontos atrás do segundo classificado, Jorge Lorenzo.

Na Ducati em 2012 e nas primeiras 10 corridas, Hayden terminou consistentemente nos pontos: sexto no Qatar, oitavo em Espanha, 11º em Portugal, sexto em França, nono na Catalunha, sétimo na Grã-Bretanha, sexto na Holanda, 10º na Alemanha, sétimo em Itália e sexto pela quarta vez na prova em casa nos Estados Unidos.

Na ronda de Indianápolis, Hayden esperava o melhor desempenho até à data para a equipa Ducati, acreditando que esta se adequava às condições do circuito. No entanto, não participou na corrida depois de ter sofrido um acidente na curva 14 durante a sessão de qualificação, tentando melhorar o seu tempo. Uma fratura na mão direita também o excluiu da corrida seguinte na República Checa.

Apesar de não ter recuperado totalmente das suas lesões, Hayden regressou para o GP de São Marino, onde terminou na sétima posição, graças ao apoio do fisioterapeuta oficial Freddie Dente.

Depois, Hayden não conseguiu terminar o Grande Prémio de Aragón, saindo na curva final para bater numa parede a uma velocidade suficiente para o atirar por cima do muro. Terminou em oitavo lugar no Japão e na Austrália, com o seu melhor quarto lugar da temporada no Grande Prémio da Malásia e caiu de novo na última corrida em Valencia.

Com isto, Hayden terminou no nono lugar do campeonato, com 122 pontos, 228 pontos, atrás do campeão Jorge Lorenzo e 210 pontos atrás do segundo classificado, Dani Pedrosa. Esta foi a primeira vez na sua carreira que não conseguiu um pódio durante a temporada.

Para a temporada de 2013, Hayden ficou na equipa Ducati de fábrica com Andrea Dovizioso, que se mudara da Yamaha Tech 3 para substituir Valentino Rossi, que regressara à Yamaha. Hayden tinha afirmado que Dovizioso era a “melhor escolha possível” para substituir Rossi antes de assinar o contrato.

Hayden logo marcou pontos nas cinco primeiras corridas: oitavo no Qatar, nono nas Américas, sétimo em Espanha, um quinto melhor da temporada em França e sexto em Itália.

Na sexta ronda na Catalunha, Hayden tinha inicialmente ganho terreno, indo de 5º para 8º, ao passar a Ducati de Andrea Iannone, mas derrapou para fora da corrida na sexta volta na curva 10, depois de passar Stefan Bradl para o quinto lugar.

Terminou em 11º lugar na Holanda, nono na Alemanha, oitavo na sua prova caseira nos Estados Unidos, nono em Indianápolis, oitavo duas vezes na República Checa e Grã-Bretanha e nono em São Marino e Aragón.

No GP da Malásia, Hayden retirou-se mais uma vez com problemas mecânicos. Tendo começado no 11º lugar, o seu motor explodiu numa nuvem de fumo no final da oitava volta. A seguir, Hayden terminou as últimas três corridas da temporada, as rondas Australiana, Japonesa e Valenciana, em sétimo, nono e oitavo lugares, respetivamente.

Hayden terminou no nono lugar do campeonato, com 126 pontos, 208 pontos atrás do campeão Marc Márquez e 204 pontos atrás do segundo classificado, Jorge Lorenzo. Pela segunda época consecutiva, não conseguiu sequer um pódio durante a temporada.

Com esse mau resultado, foi anunciado em 17 de Outubro de 2013 que, após cinco anos com a Ducati, Hayden tinha assinado com a Aspar para a temporada de 2014, em parceria com Hiroshi Aoyama, com a dupla a andar numa Honda RCV1000R CRT, as motos privadas com concessões especiais.

Hayden na Honda Aspar

Na ronda inaugural da temporada no Qatar, Hayden terminou exatamente na mesma posição que no ano anterior, em oitavo. Nas três rondas seguintes, América, Argentina e Espanha, terminou em 11.º lugar três vezes consecutivas.

Na quinta ronda da temporada em França, Hayden retirou-se pela primeira vez na temporada quando fez contacto com a Ducati Pramac de Andrea Iannone na primeira volta.

Hayden não participou na corrida italiana devido a uma lesão no pulso, que se manteve desde o GP de Espanha, duas corridas anteriores. Depois de uma cirurgia ao pulso correr sem grandes problemas, voltou na prova seguinte na Catalunha e terminou em 12º lugar. Na ronda holandesa, porém, terminou fora dos pontos pela primeira vez desde o GP da Grã-Bretanha de 2007, mas pontuou novamente na Alemanha, com um 14º lugar.

A seguir, Hayden falhou as rondas de Indianápolis, Checa, Britânica e São Marino devido a uma segunda cirurgia no pulso direito, em Julho, para remover um conjunto de fragmentos de osso. Regressou a Aragón, onde terminou em nono lugar em condições secas, o que o obrigou a fazer uma troca de motos tardia. Este foi também o seu melhor resultado desde a corrida inicial em Losail no início do ano. Nas duas corridas seguintes no Japão e na Austrália, terminou na 14ª e 10ª posições.

Na penúltima prova na Malásia, Hayden registou a sua segunda retirada do ano. Caiu no gancho de um lugar no Top 10. Na última corrida da temporada, em Valencia, casa para a equipa Aspar, Hayden terminou no 13º lugar.

Hayden terminou em 16º lugar no campeonato, com 47 pontos, 315 pontos atrás do campeão Marc Márquez e 248 pontos atrás do segundo classificado, Valentino Rossi. Pela terceira temporada consecutiva, Hayden não conseguira um pódio durante a temporada.

Para a temporada de 2015, Hayden permaneceu com a Aspar, para montar uma nova Honda RC213V-RS de especificação aberta. Foi acompanhado na equipa por Eugene Laverty, que vinha das Superbike.

Hayden teve o pior início de temporada desde que começara a correr na classe MotoGP em 2004. Terminou fora dos pontos na ronda inaugural, no Qatar, com um 17º lugar, mas saiu-se melhor nas Américas, onde cruzou a linha de meta em 13º. No entanto, nas duas rondas seguintes, os GPs argentino e espanhol, Hayden terminou fora dos pontos, em 16º e 17º. Na quinta ronda em França, alcançou o 11º lugar da temporada e foi o melhor piloto privado.

Nos Grandes Prémios italiano e catalão, Nicky Hayden retirou-se duas vezes consecutivas. Em Mugello, caiu na curva quatro na 4ª volta e na Catalunha, foi forçado a entrar na gravilha na volta inicial para evitar uma colisão e depois caiu na 14ª volta. Mais tarde, afirmou estar “irritado e frustrado” por ter cometido tantos erros que lhe custaram um melhor resultado nesta corrida.

Hayden não conseguiu qualquer ponto nas próximas quatro corridas, três posições consecutivas em 16º na Holanda, Alemanha e Indianápolis e uma 17ª posição na República Checa. Na Grã-Bretanha, Hayden terminou no 12º lugar, e fora dos pontos em São Marino, ao terminar no 17º lugar. Em Aragão e no Japão, Hayden viria a somar os últimos pontos da sua carreira em MotoGP, terminando nos 15º e 13º lugares.

Na ronda australiana, retirar-se-ia pela terceira vez essa temporada. Foi obrigado a abandonar devido a problemas técnicos com a moto. Nas duas últimas rondas da temporada na Malásia e na Comunidade Valenciana, terminou em 16º e 17º sem pontuar.

Seria a sua última época em MotoGP, pois a seguir Hayden anunciou que ingressaria no Campeonato do Mundo de Superbike, em 2016, mas ainda fez duas partidas pontuais em MotoGP quando pilotos da Honda se lesionaram na temporada de 2016.

Na MotoGP, depois da Jack Miller ter sido excluído de Aragão, Hayden foi chamado pela Honda VDS como suplente. Terminou a prova na 15ª posição, garantindo pelo menos um ponto em 14 temporadas consecutivas, todas as temporadas de MotoGP em que tinha participado. Disse depois que subestimou a tarefa de se adaptar aos novos Michelin, mas que o seu progresso durante o fim de semana foi tal que ficou com saudades de correr novamente.

A seguir, Dani Pedrosa foi excluído do GP da Austrália devido a uma clavícula partida nos treinos para a prova japonesa, e Hayden foi chamado para o substituir. Terminou fora dos pontos na 17ª posição após uma colisão com Jack Miller, que tinha substituído apenas duas rondas antes, na curva quatro no final da corrida que o fez deslizar para a gravilha e para fora dos pontos.

A 8 de Outubro de 2015, foi anunciado, na conferência de imprensa do Grande Prémio do Japão, que Hayden iria mudar-se para o Campeonato do Mundo de Superbike para a temporada de 2016, substituindo Sylvain Guintoli na equipa da Ten Kate Racing, ao lado de Michael van der Mark.

Fim de carreira nas SBK

Depois de fortes resultados nos testes de pré-temporada, Hayden terminou o seu primeiro fim de semana de corrida em SBK com nono e quarto em Phillip Island. Em Assen, na quarta ronda, Hayden conseguiu o seu primeiro pódio com um terceiro lugar na 1ª corrida, andando com os líderes antes de recuar nos instantes finais.

Em Sepang, sexta ronda, Hayden classificou-se em quarto lugar na grelha, atrás das Kawasaki de Jonathan Rea e Tom Sykes, e da Yamaha de Alex Lowes. Depois de um oitavo lugar na primeira corrida, Hayden fez um bom arranque nas condições húmidas da segunda, e ultrapassou Lowes na curva dois, antes de desafiar as Kawasaki para a liderança. Hayden passou Sykes na curva cinco e seguiu Rea a maior parte da volta, fazendo uma jogada forte na penúltima curva para liderar.

Hayden estabeleceu uma diferença de quatro segundos sobre Rea e era agora perseguido pelas Ducati de Chaz Davies e Davide Giugliano. Nas últimas 10 voltas, Giugliano subiu ao segundo lugar à frente de Rea e Davies, reduzindo para metade a vantagem de Hayden a quatro voltas do fim. Giugliano chegou a um segundo na última volta, mas Hayden manteve a diferença para vencer a sua primeira corrida no Mundial de Superbike, conquistando a primeira vitória da Honda na temporada.

Hayden permaneceu na Ten Kate Honda, agora apelidada Honda Red Bull World Superbike Team, para a temporada de 2017, em parceira com Stefan Bradl. Um início de temporada lento viu resultados mistos e três desistências. O seu melhor resultado na temporada foi um sétimo lugar na Tailândia. A última corrida de Hayden foi a segunda corrida da Ronda Italiana realizada em 14 de Maio de 2017, onde terminou no 12º lugar.

Dramaticamente, a 17 de Maio de 2017, Hayden colidiu com um automóvel enquanto treinava de bicicleta em Itália. Sofreu uma lesão cerebral traumática e morreu cinco dias depois num hospital local sem ter voltado a ganhar consciência. Após 218 partidas em Grande Prémio, 3 vitórias, 28 pódios, 5 poles e 7 voltas mais rápidas, só em MotoGP, estava no 13º lugar do campeonato na altura da sua morte.

Hayden foi postumamente inscrito no Hall da Fama AMA em 2018 e o seu número foi retirado da MotoGP numa cerimónia emocional presidida por Jorge Viegas, como presidente da FIM e com a presença do pai Earl.

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