MotoGP: Martin não queria continuar depois de perder o título de 2023

Jorge Martin revelou que “não queria correr mais” depois de perder o título de MotoGP de 2023 e que “não tinha motivação” na pré-época de 2024.

O piloto de 26 anos fez história este ano ao tornar-se o primeiro piloto de uma equipa independente a vencer o campeonato do mundo na era moderna, depois de levar a Pramac Ducati ao título à frente do piloto de fábrica Pecco Bagnaia.

Depois de vencer o título de 2024, Martin falou sobre os problemas de saúde mental que sofreu no início do ano, com dúvidas sobre a possibilidade de voltar a lutar pelo campeonato depois de 2023. Numa nova entrevista ao motogp.com, revelou que as suas dúvidas eram de tal ordem que já nem sequer queria correr.

– “Depois da época passada, em janeiro, comecei a sofrer muito com a minha saúde mental”, disse Martin. “Não queria continuar a correr. Tive muitos medos que apareceram. Não sei porquê, mas apareceram. Fiz uma época fantástica, mas não ganhei. Pensava que talvez nunca mais fosse tão rápido como no ano passado, ou nunca mais ganhasse, ou nunca mais ganhasse este campeonato. Não estava motivado. Era rápido, mas não tinha motivação. Estava apenas a fazer o meu trabalho. Eles estavam a pagar-me, mas eu estava apenas a fazer o meu trabalho. Por isso, disse: “Está bem, corro, recebo o dinheiro e vou para casa talvez no final da época. Por isso, finalmente, recuperar a motivação, olhar não só para os resultados finais mas também para o processo – desfrutar do processo – foi a chave.”

Martin também revelou que entrou mais em contacto com a sua fé em 2024, pois procurou aprender com o que aconteceu no ano anterior.

“Acho que a melhor lição é viver no presente. O importante é aprender com o passado e aprender com a dor. Nos últimos meses, estive a rezar. Estava a meditar muito, o que acho que é uma espécie de oração. Voltei a ter fé em algo maior e acho que fui abençoado. Comecei a ir à igreja outra vez. Estou a recuperar a minha fé. No final do dia, rezar é como falar consigo mesmo, tentar ser uma boa pessoa, tentar dar, receber, e acho que isso é realmente poderoso.”

Imagens: Gold & Goose / Red Bull Content Pool

Ricardo Ferreira

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