Marc Marquez deu uma longa conferência de imprensa no Red Bull Ring com os jornalistas, deixando claro que o motivo principal da sua presença, será o de esclarecer alguns conceitos com a Honda.
“É um prazer estar aqui. Tudo parece estar a ir bem na minha recuperação, a minha decisão seria continuar ou terminar a minha carreira. O meu braço já passou por quatro operações e está a funcionar normalmente. Faço exercícios que antes não conseguia fazer, na semana que vem vou ter uma consulta para ver se consigo levantar pesos e, futuramente, subir para a moto e, então, poderei dizer alguma coisa, mas estou otimista”.
O caminho a seguir…
“Todos pode ver que o HRC está a passar por um momento difícil, não com um, mas com todos os pilotos, o que significa que o projeto não está no auge. Já tinha a experiência de 2020, quando estava muito desconectado, agora tento manter contato com o Santi (Hernández), com o Bradl e com o meu irmão. Não estou aqui para ver as motos na pista, mas para conversar com a Honda. Não sou eu quem decido mas quero me envolver. O trabalho em equipa faz a diferença e é muito importante num momento difícil como este.”
Com estas palavras, Marc Marquez revela a sua preocupação com a moto, a equipa e a sua fraca evolução, relembrando o seu último contacto com a RC213V da equipa oficial que já viu o contrato renovado com a Repsol por mais dois anos.
“Não pude testar as últimas peças. Em Mugello vi que era uma moto difícil de encaixar nela. Mas mais do que a moto, o problema é o projeto, a informação tem que fluir em todas as áreas. Temos todos que ter a mesma direção e motivação. A chave é entender a direção que devemos seguir. Não estou a falar de pessoas, mas do conceito da equipa. Vemos que as equipas europeias trabalham de forma diferente. A Honda está a trabalhar mais do que nunca, refiro-me ao conceito, à coordenação. Estou com a Honda porque acredito que com eles posso voltar aos primeiros lugares. O trabalho na fábrica está a tornar-se cada vez mais importante. Há muitos elementos em que eu sei que estão a trabalhar.”
Mas então, quais os desafios que precisam de ser vencidos?
“O objetivo é fazer a melhor moto da grelha e esse também é o objetivo da Honda. O objetivo é ganhar o título e é assim que será na próxima temporada. Agora a mente está aberta e isso é importante”, respondeu Marc Marquez à publicação Marca.
‘Europeizar’ a Honda?
“A Honda tem que trabalhar como os europeus. O importante é analisar a situação.”
Sobre o seu regresso, o oito vezes campeão do mundo não revela grandes pressas, deixando clara a intenção de fazer uma única corrida este ano.
“Na próxima semana terei a resposta e será importante preparar-me para 2023. O que eu quero é ter uma moto vencedora. Talvez a moto estilo Marc Márquez não funcione agora. A categoria está a mudar. Antes as motos eram mais curtas, agora são mais altas e mais longas. Não sou engenheiro, mas acredito nos meus engenheiros, tenho que acreditar neles.” Concluiu o espanhol na conferencia de imprensa de ontem, que ainda é o melhor piloto Honda na tabela do campeonato, mesmo não correndo desde o Mugello.
