As mais belas motos de GP, 7: A Kawasaki KR500

Por a 25 Dezembro 2020 18:00

A Kawasaki KR500 foi um modelo de corrida fabricado pela Kawasaki entre 1980 e 1982 para competição no Mundial de Velocidade. Bem à maneira Kawasaki, tinha o motor mais potente da altura, mas problemas de ciclística comprometeram o seu sucesso

Outro ponto interessante era os veios das rodas dianteira e traseira montados num excêntrico, que permitia mudar o avanço

Para os que nem se recordam da marca de Akashi na MotoGP, pode parecer estranho ficar a saber que a marca competiu com sucesso na era das 2 tempos em 250, 350 e também nas 500, onde, no entanto, nunca ganhou o título, embora entre 1970 e 1982 tenha estado frequentemente entre os primeiros 5 e sido vice-Campeã logo na sua estreia na classe em 1970, nessa altura com a KH500 que já cobrimos nesta série de artigos.

A KR500 de 1980, uma raridade, já que apenas 5 unidades foram produzidas para os pilotos de fábrica, era alimentada por um motor de dois tempos quadrado de 494 cc, (abao, notem a admissão lateral por válvula rotativa) e utilizava um quadro monocoque de alumínio, semelhante à primeira NR500 de 1979, com o objetivo de melhorar a aerodinâmica com uma pequena área frontal, melhorando a rigidez do chassis e reduzindo o peso.

Outro ponto interessante era os veios das rodas dianteira e traseira montados num excêntrico, que permitia mudar o avanço ou entre-eixos em segundos para melhor adaptar a moto às características da pista.

A moto foi estreada durante o campeonato mundial de 1980 montada pelo Sul-Africano Kork Ballington, (abaixo em Donigton Park) já Campeão Mundial de 250 e 350, no Grande Prémio das Nações realizado no circuito de Misano.

Apesar de potência referencial, já que o motor era, basicamente, dois cilindros das bem-sucedidas KR250 geminados em quadrado, a KR500 provou-se lenta e difícil de pilotar por ser comprida e pesada demais. Os pneus da era pré-radial também não ajudavam, o largo slick traseiro fazendo-a difícil de inserir em curva.

No final da temporada, o piloto sul-africano terminou em 12º lugar na classificação com 13 pontos, tendo sido 8º em França e 5º na Finlândia.

Para o campeonato mundial de 1981, o KR500 foi melhorada com um chassis mais duro e mais leve, juntamente com uma cambota de magnésio e uma suspensão dianteira com anti-mergulho mecânico.

A temporada viu a KR500 conseguir o seu primeiro pódio, com o terceiro lugar no TT holandês de Assen e no Grande Prémio da Finlândia e Ballington ficou em oitavo lugar no campeonato mundial de 500cc.

A principal mudança antes da temporada de 1982 foi mudar para a suspensão Showa, que assim tem uma longa tradição de apoio à Kawasaki, que se mantém nos dias de hoje em SBK…

Ballington terminou em 9º lugar no campeonato, com o melhor resultado da temporada um 6º lugar no Grande Prémio das Nações de 1982.

A KR500 foi mais bem sucedida a competir no campeonato nacional britânico de 1982, onde Ballington (abaixo, numa recente visita à Europa) ganhou seis corridas consecutivas para conquistar o título para a Kawasaki, e nos EUA, um tal Eddie Lawson teve o seu primeiro gosto duma 500 a bordo de uma, antes de se retirar em Daytona com problemas.

Após três anos de desenvolvimento, a Kawasaki não conseguiu colmatar a lacuna tecnológica, com os seus rivais fabricantes japoneses Honda e Yamaha a investir muito mais no Mundial.

O modelo de 1982 tinha muita potência, mais que as rivais da altura, mas ainda assim, com 25 Kg mais, era demasiado pesado em comparação com a concorrência, em vista de ter um depósito de gasolina adicional para carregar mais combustível do que podia ser levado no interior quadro monocoque.

No final da temporada, a Kawasaki retirou-se dos Grande Prémios de MotoGP devido à falta de resultados de vulto e só voltaria na era da MotoGP em 2002.

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