Hard Enduro – Diogo Vieira: “Cumpri um sonho ao participar no Erzbergrodeo”

Por a 22 Junho 2017 18:48

Antes de iniciar a sua aventura no Mundial de SuperEnduro, Diogo Vieira havia estado à conversa com o MotoSport, onde tinha então confidenciado que iria apontar baterias na sua carreira para as provas de extreme e hard enduro, uma disciplina que em Portugal não tem muita notoriedade, apesar de ter lugar no nosso país a Porto Extreme XL Lagares, quando comparada com modalidades como o enduro ou por exemplo o motocross.

Pois bem no passado fim de semana o piloto que nos últimos anos tem dominado por completo o trial em termos nacionais participou no Red Bull Hare Scramble mais conhecido como Erzbergrodeo, uma das mais importantes provas de extreme enduro do mundo, onde nomes como Graham Jarvis, Alfredo Gomez, Jonny Walker ou Taddy Blazusiak já subiram ao lugar mais alto do pódio.

No final o piloto da Beta terminou a prova num honroso 34º lugar, depois de já ter conseguido o apuramento para o evento final ao ser um dos 500 pilotos mais rápidos no Prólogo, foi o 217º, entre os mais de mil participantes entre profissionais e amadores no certame que decorre anualmente na mina de ferro localizada em Eisenerz (Áustria).

Regressado desta grande aventura, Diogo Vieira esteve à conversa com o MotoSport onde explicou como surgiu a ideia de participar no Erzbergrodeo. “Sabia que o Nuno Pereira, o outro piloto português que costuma fazer este tipo de provas, também ia participar pelo segunda vez neste evento e aproveitei essa situação para ir com ele. Acabei por conseguir a inscrição para a competição, o que não é muito fácil pois existe uma grande afluência. As inscrições, depois de abertas, esgotam logo em dois dias. No entanto o resultado alcançado recentemente na Porto XL Lagares (ndr: foi oitavo) também acabou por facilitar a minha inscrição. Fui um bocado à descoberta do desconhecido, mas acabei por cumprir um sonho ao estar presente nesta prova”.

Sobre o que mais marcou durante a estreia na prova austríaca, Vieira referiu que “tudo acabou por impressionar. Estou habituado ao tamanho das provas portuguesas e neste tipo de eventos a dimensão é totalmente diferente. Só de inscritos são dois mil pilotos. O Erzbergrodeo parece mais um festival de verão que tem no seu programa uma corrida de motos do que propriamente uma simples corrida de motos. São centenas de milhares de pessoas que estão acampadas junto à mina e onde existe sempre música a noite toda com as pessoas a estarem num autêntico clima de festa”.

O piloto português acrescentou ainda outro aspecto ao qual não ficou indiferente este já mais ligado ao capítulo desportivo. “Fiquei muito impressionado com o tamanho da mina e das suas subidas, pois é algo a que não estamos habituados em Portugal. As coisas acabaram por ser mais difíceis porque não levei a moto com a afinação certa. Como as subidas são muito inclinadas é preciso uma moto com muita potência. Tinha a moto afinada para uma prova semelhante à Porto Extreme XL Lagares, que é uma corrida totalmente diferente, e ali é preciso bastante motor para a primeira parte da corrida. Mesmo assim tentei afinar a moto da melhor forma para superar as dificuldades que tinha pela frente”.

Estreante numa prova de hard enduro internacional, o piloto de 24 anos não escondeu a importância do amigo Nuno Pereira, mais habituado a este tipo de competições. “O Nuno foi importante porque fui para esta competição sem noção do que ia encontrar. É um evento com muitas regras pelo que numa estreia não temos conhecimento de todos os procedimentos que são necessários. Por exemplo a fila para escolher o lugar no paddock é gigantesca e existem pilotos que ficam a 20 minutos do local onde por exemplo se tomava banho”.

Sem comparação têm as duas provas onde Diogo Vieira participou recentemente: a Porto Extreme XL Lagares, onde foi oitavo, e o Erzbergrodeo. “Normalmente quem anda bem em provas de extreme enduro é também forte no hard enduro. Porém o Erzbergrodeo e a Porto Extreme XL Lagares são duas provas muito diferentes. Na primeira não há nenhum ribeiro. É tudo à base de subidas grandes e com muitas pedras. Já a Extreme XL Lagares é feita quase toda em ribeiros”.

Perante tal experiência inesquecível, o piloto nortenho garante que a aposta neste tipo de provas é para manter, sem nunca descurar os outros campeonatos nacionais (enduro, superenduro e trial) onde está envolvido. “O meu objetivo para este ano já era fazer algumas provas de hard e extreme Enduro. Em princípio até ao final do ano ainda vou participar noutros eventos. Tudo dependerá da conciliação com os calendários dos campeonatos nacionais onde participo. Este é um ano de aprendizagem e consequentemente para ganhar experiência. O objetivo é estar em 2018 mais focado neste tipo de provas para além de já saber aquilo com que vou contar, o que é bom para melhorar os meus resultados”, referiu Diogo Vieira.

Em agenda está também o regresso ao Mundial de SuperEnduro, onde esta época nos três Grandes Prémios em que participou o piloto da Beta garantiu sempre o acesso às três mangas da Final. “Quero fazer novamente, na totalidade, o Mundial de SuperEnduro porque é um bom campeonato e tem muita visibilidade. Na próxima temporada sei que todos os Grandes Prémios serão novamente na Europa, o que é muito bom para mim pois não preciso de estar a alugar motos para competir”.

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