YAMAHA RD400 DAYTONA – the “Widow Maker”

Por a 17 Agosto 2017 19:34

Algumas motos ganharam má fama pelos excessos que levavam a cometer e devido às  fatalidades que acabavam por ceifar a vida dos mais incautos. Algumas dessas motos ganharam inclusivamente o cognome de “Widow Makers” ou “fazedoras de viúvas”.  Nos anos ’70 existiam duas motos japonesas, com motores a 2 tempos, que carregavam consigo esse título. Uma era a Kawasaki tricilíndrica H2 750 mas, aquela que pior reputação tinha, era a Yamaha RD400, uma verdadeira “assassina em série”.

Na Argentina, o preparador Lucky Custom, refere que a mesma era conhecida por “Mata Hombres”, mas a fama era tanta que sempre houve quem quisesse desafiar a RD e levá-la a situações extremas.

Esta Yamaha RD400 em particular é a versão Daytona, a última moto a 2 tempos com arrefecimento a ar vendida nos Estados Unidos. A Yamaha quis terminar uma era celebrando as vitórias em Daytona no ano anterior com uma edição especial da RD400, numa época em que a maioria dos restantes construtores já competiam no mercado com motos a 4 tempos.

Na Argentina a RD continua a ser uma moto de culto e percebe-se porquê pois continua a ser uma moto acessível de custo, fácil de reparar e atinge uma velocidade ainda considerável aos dias de hoje, tudo isto apesar de verter óleo, fazer um ruído hoje inadmissível.

A partir do modelo original adquirido, a primeira fase foi a de desmontar por completo o mesmo e começar pelo quadro e pela adaptação de um novo depósito, experimentando uma série deles, antigos, que existiam em armazém. Com o depósito escolhido passou-se à construção da baquet traseira, realizada em chapa de aço e de forma a criar uma linha harmoniosa entre o depósito e o banco, tendo sido encurtada a traseira do sub-quadro.

O objectivo era de rebaixar a RD pelo que se optou por não montar os guarda lamas originais e na traseiro levantar ligeiramente a baquet para que a roda pudesse ter algo de curso.

Para o depósito de óleo foi encontrada pela Lucky Customs uma solução engenhosa realizando-se um corte no depósito de gasolina e deixando uma secção do mesmo para o óleo. Esta realidade é apenas perceptível por constatarmos a existência dois tampões no topo do depósito.

As tampas laterais foram realizadas em chapa de aço e contém orifícios de ventilação e de entrada de ar. Uma vez definidas as linhas e o desenho dos vários componentes optou-se por uma pintura inspirada numa série de modelos anteriormente construídos e apelidados de “Los Diablitos Racer”. Daí o vermelho sangue escolhido que alterna com a cor metálica de maçã vermelha combinado com tons mais escuros da mesma cor. Para finalizar foram colocados frisos prateados e dourados que separam os dois tons vermelhos.

Mas o que distingue esta RD400 é mesmo o motor de 2 cilindros e 397cc a 2 tempos com potência suficiente para levantar a roda da frente em qualquer mudança. Para perceber exactamente daquilo que se trata não basta olhar para a ficha técnica e há que testar mesmo uma RD400 e constatarmos toda a potência desta Daytona.

Para garantir um funcionamento regular o motor foi totalmente reconstruído e monta agora dois carburadores Mikuni com novos filtros. Os escapes foram desenhados e fabricados de raíz e com um acabamento polido à perfeição. Para fazer jus à sua vocação racing foram colocados uns pequenos números nas tampas laterais.

Ao nível da suspensão havia que baixar ao máximo procurando que a RD ficasse o mai perto possível do solo dando uma imagem de moto de competição dos anos 70. A suspensão telescópica dianteira foi por isso rebaixada e colocadas novas molas progressivas mais firmes asim como nos dois amortecedores traseiros foram montadas molas mais rijas no sentido de minimizar o curso da suspensão.

Os travões foram mantidos os de origem mas perfurados para aumentar o arrefecimento. As jantes também foram mantidas as de origem mas pintadas de negro. Os pneus foram montados os polémicos Firestone Vintage que contrinuem para o look “mortífero” desta Daytona.

O painel de instrumentos ficou reduzido apenas a um manómetro que concentra toda a informação. As peseiras recuadas foram produzidas pela Lucky tendo em conta também que a RD400 arranca com pedal de Kick . Este foi mais um desafio já que o pedal de Kick não pode atingir a peseira no seu curso.

Finalmente a última intervenção foi abrir espaço na baquet para montar o farol traseiro de LED e garantir a visibilidade necessária a quem se aproximar da RD por detrás. O projecto ficou assim concluído e à Daytona mais bela de sempre foi dado o nome de “SAKE” em honra da cultura do seu país de origem, o Japão .

 Fonte: Lucky Customs

 

 

 

 

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