MotoGP, Opinião: Jack Miller procura ponto de rebuçado

Por a 22 Maio 2019 20:44

Foi um monólogo aquele que Marc Márquez deu no Grande Prémio de França, em Le Mans-Bugatti, mas nem sempre o piloto espanhol esteve na cabeça da corrida. Por momentos, e de certa forma surpreendente, Jack Miller revoltou-se contra a mão de ferro do campeão de Cervera, o mesmo rival que já havia batido na inesquecível gesta de Assen 2016, onde alcançou a sua primeira e até ao momento única vitória na classe rainha.

Conhecido por ir do 8 ao 80, num pestanejar de olhos, Miller quer fazer desta temporada uma trincheira entre o passado e o futuro da sua carreira. Tudo para conquistar em novembro o ‘El Gordo’. Falamos do acesso à equipa oficial da Ducati, onde tenta tomar o lugar que Danilo Petrucci ainda nem aqueceu. Isto apesar do seu atual patrão querer continuar com os seus préstimos em 2020.

Neste vai e não vai, para já é tempo de mostrar na simpática Pramac Racing, curiosamente a antiga equipa de ‘Petrux’, que o Miller intempestivo está a ficar para trás com o natural passar dos anos, já lá vão 24 primaveras. Neste curso de 2019 em cinco Grandes Prémios já disputados, o saldo resume-se por três colocações entre os quatro primeiros (um pódio) e dois abandonos que representam as pinceladas da irregularidade que tem pautado a acção de ‘Jackass’. O homem que pode muito bem representar a loucura aos comandos de uma moto, pois no mesmo fim de semana desafia Marc Márquez e faz um ‘cavalinho’ para limpar a gravilha que persiste na sua ‘montada’ após queda.

O ano passado Jack Miller também teve uma entrada de cavalo na época, que foi a estreia com as cores da Pramac Racing, mas depois teve uma saída de burro com os sucessivos deslizes que foi acumulando. A confiança dos responsáveis italianos não esmoreceu, muito pelo contrário. O fervor italiano assemelha-se à loucura do australiano, ainda que em doses bem menores. O de Queensland sentiu esse carinho e conforto dos progenitores e agora procura retribuir.

Talento não falta a um jovem que espantou o mundo do motociclismo quando em 2015, então com 20 anos, chegou à piscina dos grandes (MotoGP) vindo directamente da piscina dos mais pequenos (Moto3). Talvez essa mudança tão repentina também tenha passado, nos últimos anos, uma fatura algo elevada, mas agora é tempo de mostrar e sobretudo consolidar a nova versão de Jack Miller.

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