MotoGP, Massimo Rivola: Da Ferrari na F1 ao êxito com a Aprilia no MotoGP

Por a 13 Abril 2022 22:44

Desde os tempos de glória nas 125 e 250cc, a Aprilia passou por um longo jejum, até ao triunfo de Aleix Espargaró no GP da Argentina. Por trás desse sucesso está um homem, Massimo Rivola que deixou a Fórmula 1 para assumir o cargo de CEO da Aprilia.

A Aprilia , a mais modesta das seis fábricas que competem no MotoGP, aquela com o menor orçamento ou o menor número de engenheiros, está cada vez mais próxima dos gigantes japoneses, da poderosasa KTM e da sua tradicional rival italiana, a Ducati.

A vitória de Aleix Espargaró na Argentina, representou um ponto de viragem para toda uma marca que viveu de sucessos do passado e em cilindradas menores. É verdade que a marca de Noale já era uma potência, mas nas classes de 125 e 250cc onde ganharam nada menos que 19 títulos de pilotos e tantos títulos de construtores de 1992 a 2011 em ambas as classes. Foi aí que Valentino Rossi, Max Biaggi, Loris Capirossi e Jorge Lorenzo triunfaram. O seu domínio era tal que ‘obrigou’ o Campeonato do Mundo a criar as categorias Moto2 e Moto3 para igualar a situação.

Aleix Espagaro e Massimo Rivola a comemorarem o primeiro pódio no MotoGP da Aprilia em Silverstone em 2021

A Aprilia competiu na categoria rainha de 1994 a 2004, mas os seus resultados foram ínfimos: duas pole positions e cinco pódios. Por isso mudaram para a Superbike, onde tudo é mais barato, e alcançaram a glória em 2010 e 2012 com Biaggi, e em 2014 com Sylvain Guintoli. A Dorna convenceu-os a regressar ao MotoGP em 2015, mas a ‘traição’ de Gigi Dall’Igna ao ir para a Ducati, fez a Aprilia ficar de mãos dadas com a Gresini e com óbvias limitações orçamentais.

Ponto de não retorno

Roberto Colaninno , o chefe do Grupo Piaggio, donos da marca, fez um último movimento para salvar o projeto no MotoGP: a contratação de Massimo Rivola. Este italiano, de Faenza, cidade onde está localizado o circuito de Imola, cresceu na Minardi F1 , onde começou no marketing em 1998 e chegou a chefe de equipa. Na equipa por onde também passou Pedro Lamy, Rivola ajudou uma promessa espanhola, o então estreante Fernando Alonso. Então, depois da Red Bull adquirir a equipa e passar a designá-la por Toro Rosso, Massimo Rivola fez dois cursos até ser contratado pela Ferrari em 2009 como diretor desportivo.

A sua primeira ação foi contratar Alonso. Ele era seu amigo – e ainda é -, e ficou mais ainda quando Stefano Domenicali – também amigo de Rivola- saiu da equipa. Rivola foi então transferido para a direção da Ferrari Driver Academy, de onde vieram Charles Leclerc e Mick Schumacher. Após dez anos em Maranello, em 2019 deixou a Ferrari e a Fórmula 1 para se mudar para o Campeonato do Mundo de Motociclismo, como CEO da equipa Aprilia no MotoGP.

Os conselhos de Massimo Rivola a Charles Leclerc quando estava na Ferrari

Quando o pequeno se torna grande

Mas o transalpino queria mais, por isso aceitou o desafio de ser CEO da Aprilia. A sua chegada permitiu que Romano Albesiano se concentrasse na parte técnica, fortalecendo a equipa de testes. Ele convenceu Aleix a continuar e até contratou Maverick Viñales – piloto que ele muito aprecia. Ele é um líder, um motivador e sabe que ser um abacaxi pode contrariar o poder japonês. Em 2021, sempre com Aleix, alcançaram o primeiro pódio (Silverstone) e este ano a equipa estreou-se a vencer. “Pensei muito neste dia, pensei que chegaria ainda este ano porque já vimos que a moto está competitiva. Foi uma grande vitória. Ser líder é algo inusitado, o Aleix pode se acostumar a estar nessas posições e ser a referência perfeita para Maverick. A boa relação deles vai tornar a equipa mais forte e Maverick também será cada vez mais forte para mostrar o seu potencial”. Disse Massimo Rivola.

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