MotoGP, 2022: Tensão na Honda porque Marc Márquez não quer a nova moto

Por a 3 Maio 2022 15:59

Se a KTM atravessa atualmente um período conturbado no MotoGP, as coisas não estão menos ‘quentes’ na Honda, tendo o ‘gabinete de crise’ do fabricante reunido de emergência logo após a corrida de Portimão. Uma semana depois, um suado quarto lugar de Marc Marquez em Jerez – num circuito onde detém o melhor score de sempre – e a última posição no campeonato de Construtores, são o prenúncio de uma crise cada vez mais real.

A Honda está em crise de facto. A marca da asa dourada fez uma corrida muito má em Portimão e houve algumas tensões dentro da box. Marc Márquez, o melhor da Honda, terminou em sexto, 16 segundos atrás do vencedor da corrida, e não está satisfeito com a nova moto que estão a usar este ano… feita para todos e não para ele!

Óscar Haro, que esteve no comando da LCR Honda até ao ano passado, no canal Twitch de Nico Abad, anunciou que há divergências de opinião dentro da box do HRC, estando-se mesmo a equacionar a possibilidade de dar um passo atrás no desenvolvimento da moto para colocar de volta em pista aquela que fez Marc Márquez voar quando abusou da roda dianteira.

“O Marc está com a testa franzida porque não conseguiu ser rápido com a moto em Portimão. Não conseguia passar o irmão Álex. No domingo depois da corrida houve tensão na box do HRC, porque o Marc simplesmente não está satisfeito”, disse Haro no Twitch.

E na verdade, basta olharmos para os resultado e vemos logo que a Honda está a cair a pique. Só a Honda e a Suzuki é que ainda não venceram este ano, mas pelo menos a marca de Hamamatsu conseguiu colocar Rins com os mesmos pontos de Quartararo até Jerez. Por outro lado, a Honda é a última das marcas, 19 pontos atrás da KTM, enquanto a Aprilia ultrapassou a Suzuki subindo ao terceiro lugar. É mau de mais para a Honda!

Ainda segundo Óscar Haro “quando o Marc montou em Jerez, disse ‘mas o que é esta moto? Coloquem a moto como a que eu tinha’. E no final eles viram que a moto que é para todos não é para qualquer um, pela menos não para o Marc. A Honda terá que manter os ouvidos abertos e prestar atenção a quem está no comando, que é o Sr. Marc Márquez”, disse Haro.

O ex-técnico espanhol referia-se a um rumor que está a ser cada vez mais propagado no paddock de MotoGP, e que fala da Honda voltar ao seu conceito de moto anterior. Talvez  possam deixar ao atual na pista, que Pol Espargaró gosta, mas pretendem recuperar a versão dos anos anteriores com a qual os irmãos Márquez se sentiram mais confortáveis.

“Em Portimão ficou demonstrado que temos de melhorar ainda mais a moto”, disse Alberto Puig, chefe da equipa HRC, após a corrida. Marc Márquez também salientou em público que “com esta moto todas as Honda eram mais ou menos iguais, mas o Rins chegou, passou-nos e mostrou-nos que estava dois passos à frente”.

Para Marc Márquez, as boas sensações da pré-temporada devem-se ao excesso de aderência na pista, mas a realidade desta nova moto é que é a última no MotoGP. Todos os pilotos da Honda têm desempenho semelhante , é verdade, mas longe do pódio. E a tensão continua a crescer.

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