MotoGP, 2021: Suzuki, progresso lento
Apesar de ser a Campeã em título, os resultados da Suzuki têm sido assim-assim e pouco progresso se tem visto em 2021
Em termos de desenvolvimento, não se viu grande coisa na Suzuki. Não é segredo que nesta época os campeões mundiais não conseguiram encontrar formas de progredir ao nível dos seus rivais, o que os deixou a lutar com dificuldades não só na qualificação mas também nas corridas.
Os pilotos da Suzuki estão preocupados com a falta de desenvolvimento das suas máquinas, mas o Gestor de Projeto da Suzuki MotoGP Shinichi Sahara diz que o desenvolvimento está no bom caminho e acredita que serão feitos progressos na segunda metade da época, acrescentando:
“O desenvolvimento de uma máquina única e sofisticada como uma MotoGP é um processo interminável que não segue um caminho linear, mas é feito de desvios, altos e baixos. Por vezes vai-se mais longe na inovação, e por vezes dá-se prioridade à consolidação e ajuste daquilo que já se criou”. Que em linguagem de gestor quer dizer que não têm avançado nada!
Ao contrário do ano passado, a Suzuki foi incapaz de deixar uma marca em corrida deste ano. No ano passado, a Suzuki não brilhava na qualificação, mas era consistente nas corridas e estava regularmente no topo.
Este ano, apesar de se ter classificado entre os cinco primeiros, e dos melhores esforços de Mir, a Suzuki ainda não entrou na luta pela vitória. Quanto a Rins, ainda pior, quando está em posição de subir ao pódio, excede-se e cai!
Uma das explicações é que ainda estão a utilizar o chassis de 2020. Isto pode não parecer tão má ideia, uma vez que esta é a moto que ganhou o campeonato no ano passado e foi globalmente mais consistente do que qualquer outra.
No entanto, na competição a este alto nível, quem ficar parado demasiado tempo, cai rapidamente para a parte de trás do pelotão.
A Suzuki tinha um chassis de 2021 para oferecer aos seus pilotos no teste de pré-época no Qatar, mas infelizmente para eles, o quinto dia de testes foi cancelado devido a uma tempestade de areia, pelo que não puderam testá-lo em simulação de corrida. Assim, antes da primeira corrida do ano, optaram por ficar com o chassis 2020, uma vez que não tinham tido tempo de avaliar devidamente o chassis de 2021.
A Suzuki também tem um novo braço oscilante esta temporada, embora não tenha sido muito usado: Alex Rins usou-o em Mugello e Joan Mir testou-o, mas não quis andar com ele durante as corridas.
Depois, há a aerodinâmica, e tal como os seus concorrentes, a Suzuki tem vindo a desenvolver este ano a sua.
As aletas da dianteira mudaram bastante, mantendo o mesmo desenho mas alterando a espessura de algumas partes da superfície da barbatana inferior…
No entanto, vale a pena destacar o trabalho que a Suzuki tem feito na eletrónica nesta estação. Têm trabalhado arduamente no controlo da tracção, tentando encontrar algo na saída de curva para melhorar este aspeto no seu protótipo, mas estão a travar uma batalha perdida.
A Suzuki não tem um dispositivo de arranque para rebaixar a traseira e sofre por isso. Todas as outras fábricas, nomeadamente a Ducati, Yamaha, Honda e KTM, que a utilizam com bons resultados, são capazes de baixar a traseira da moto à saída de curva e acelerar mais do que antes.
A Suzuki, com o seu défice de potência em comparação com os V4s e a sua falta desse dispositivo traseiro, acha mesmo que poderia perder até 0,4s por volta simplesmente por não o ter, segundo afirmações recentes de Alex Rins.
Há pequenas melhorias, como os alvéolos adicionados nas laterais do depósito na GSX-RR de Joan Mir. Ao travar, o piloto aperta os joelhos contra eles para tirar a tensão dos braços e, ao virar, utiliza-os para obter aderência e colocar mais potência no asfalto. Quem se lembra do mesmo acontecer com Lorenzo na Ducati há uns anos?
