Crónica: Suzuki com altos e baixos no regresso ao MotoGP

Por a 1 Dezembro 2015 15:02

A Suzuki entrou nos Grandes Prémios de motociclismo em 1974, na altura com o lendário Barry Sheene como um dos pilotos da RG500, ao lado de Jack Findlay. A marca japonesa não demorou muito a chegar à primeira vitória no Mundial, logo no ano seguinte, antes de Sheene conseguir os dois primeiros títulos mundiais das motos de Hamamatsu, em 1976 e 1977.

Os italianos Marco Luchinelli e Franco Uncini imitaram o britânico, no início dos anos 80, mas depois houve uma longa espera por parte da Suzuki até ao título de Kevin Schwantz em 1993, com Kenny Roberts Jr. a ser o último campeão do Mundo de 500cc com uma Suzuki, em 2000.

Um legado que tornava o regresso da Suzuki ao MotoGP particularmente aguardado. A marca tinha decidido abandonar o MotoGP no final de 2011, no auge da crise económica no Japão e um pouco por todo o mundo, mas confiou em Davide Brivio – antigo manager de Valentino Rossi e figura proeminente da Yamaha durante quase 20 anos – para formar uma nova estrutura para o Mundial da classe-rainha.

Depois de recrutar os técnicos – muitos deles italianos que tinham trabalhado com Brivio na Yamaha – o novo team manager da Suzuki teve duas jogadas de mestre ao contratar Aleix Espargaró – que durante anos foi a referência da classe CRT/Open – e o talentoso rookie Maverick Viñales. Só que a nova GSX-RR revelou imediatamente problemas de fiabilidade (quebras de motor) e falta de velocidade de ponta no último Grande Prémio de 2014, com Randy de Puniet a servir como ‘cobaia’ no regresso oficial da Suzuki em Valência.

Falta velocidade de ponta

Em 2015 os problemas de fiabilidade foram sendo minorados. Mas ao longo de toda a época, Espargaró e Viñales tinham sempre a menor velocidade de ponta das motos oficiais, apesar de um chassis regularmente elogiado pelos dois espanhóis. A Suzuki também não conseguiu desenvolver uma caixa seamless a tempo de a usar em 2015 (testou-a em Sepang, na semana passada) mas esse facto, embora tenha atrasado a evolução da GSX-RR, não é totalmente criticável pois até a experiente Yamaha só teve um caixa totalmente seamless (reduções e passagens de caixa) muito depois das rivais Ducati e Honda.

Na fase final do ano, já depois da pole position de Espargaró na Catalunha, assistiram-se a algumas performances promissoras do rookie Viñales, que terminaria a apenas oito pontos do seu cotado companheiro de equipa. Só que a Suzuki tem trabalho a fazer se quiser estar próxima do topo em 2015. Principalmente ao nível da velocidade de ponta e da caixa de velocidades da GSX-RR, porque ao nível do chassis e da dupla de pilotos, a equipa parece estar bem servida.

Não houveram pódios neste regresso da marca japonesa à elite do motociclismo. Aliás, o melhor resultado num GP da ‘nova’ Suzuki Ecstar foi o sexto lugar (Viñales duas vezes e Espargaró uma). Ainda assim, Davide Brivio parece ter criado uma estrutura credível e que poderá devolver a Suzuki a lugares de destaque no MotoGP. Só é preciso que de Hamamatsu cheguem as desejadas evoluções…

Ricardo S. Araújo

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