MotoGP, 2020: Aprilia quer 4 motos em pista

Por a 21 Junho 2020 14:00

O chefe da competição da Aprilia, Massimo Rivola, está preocupado, pois tem de começar um Campeonato do Mundo muito reduzido com uma moto nova e por desenvolver completamente, Iannone está suspenso, e a busca duma equipa cliente para a fábrica entrar oficialmente e colocar mais 2 RSGP na grelha tem sido difícil. Com tudo isto, o futuro é incerto.

A Aprilia Gresini Racing Team foi formada antes da temporada de 2015 através de uma parceria entre o dono da equipa Fausto Gresini, que realçámos há dias, e a fábrica da Aprilia. O fabricante italiano já tinha participado no Campeonato do Mundo de MotoGP de 2002 até ao final de 2004 com a anterior Aprilia “Cube”, com um motor de três cilindros de 990cc desenvolvido na Cosworth e pilotos como Laconi, Edwards, Haga, McWilliams e Byrne.

Nos primeiros cinco anos desde que regressou com o novo motor 1000 V4 baseado na Superbike Aprilia RSV4, a Aprilia ficou aquém das expectativas em MotoGP.

Aleix Espargaró terminou a temporada de 2019 em 14º como um total de 5 resultados no Top 10, o melhor um 7º em Aragón, e nos últimos dois anos a Aprilia foi mesmo derrotada pela estreante KTM no Campeonato do Mundo de Construtores.

Massimo Rivola atua como o novo CEO da Aprilia Racing desde Janeiro de 2019. Espera-se que com a sua experiência trazida da Formula 1 ele leve a equipa, que conquistou 54 títulos mundiais até agora, para o topo da classe rainha e consiga negociar com o chefe da Dorna Carmelo Ezpeleta o compromisso para mais dois lugares para a fábrica entrar oficialmente, ficando uma outra equipa cliente e portanto, 4 Aprilia na grelha a partir da temporada de 2022.

Segundo Massimo, ainda é um pouco cedo para fazer uma avaliação, mas o tempo está a esgotar-se se quiserem preparar a própria infraestrutura de fábrica para 2022. Tudo leva tempo, desde construir camiões, contratar pessoal, construir uma hospitalidade para os convidados da marca, e muito mais, mas esse é certamente o objetivo.

“A Aprilia Racing tem de mostrar que estamos a crescer como equipa e como empresa em termos do nosso desempenho” – diz o gestor.

“A dada altura encontraremos alguém para dirigir uma equipa de competição cliente para a Aprilia. Se tivermos quatro motos e quatro pilotos em pista, isso contribui para o aumento do desempenho. Pode melhorar a estabilidade dos motores, obter mais dados para os engenheiros em Noale e acelerar todo o desenvolvimento”.

O objetivo é conseguir dois lugares separados para a equipa de fábrica e contratar uma equipa cliente com mais dois.

Mas a escolha entre as equipas cliente não é grande. A maioria das formações de corridas de MotoGP estão ligadas a um fabricante, da Pramac à Ducati à LCR à Honda, à Tech3 à KTM ou até à Petronas com a Yamaha. Além da Gresini, apenas a Avintia, que já é parceira da Ducati até depois de 2021, permanece como opção.

“Ficaríamos felizes se pudéssemos continuar a trabalhar com a Gresini, porque temos uma relação de longa data com ele. Mas temos de provar a Gresini que somos suficientemente competitivos nas motos que forneceremos, para que possamos escolher Gresini.”

“Faria sentido, porque a Gresini tem mais de 20 anos de experiência na “classe rainha”. Há muitos anos que se estreou no Campeonato do Mundo de MotoGP. No papel, pelo menos, seria uma solução mais capaz do que a Avintia.”

“Ao mesmo tempo, na Avintia poderíamos acomodar mais do nosso pessoal técnico da Aprilia.”

A Suzuki também está finalmente a planear formar uma equipa cliente e nem tem considerado a Gresini como parceiro.

Carmelo Ezpeleta não quer necessariamente aumentar o número de motos na grelha de 22 para 24. O dinheiro dos direitos televisivos com que a Dorna financia o Campeonato é distribuído peleas equipas, e colocar mais duas MotoGP privadas na grelha seria um rombo de cerca de 4 milhões de euros numa altura difícil.

Talvez por isso, uma aliança com a Avintia tem sido sugerida. O dono da equipa, Raul Romero, há muito que ansiava por uma estreita colaboração com uma fábrica, mas agora parece tê-la conseguido com a Ducati.

A Aprilia Racing teria então que assinar um contrato vinculativo de cinco anos com a Dorna. Carmelo Ezpeleta não se esqueceu de que a Aprilia saiu mais cedo no final de 2004 e foi depois considerada em quebra de contrato e penalizada.

O patrão do Grupo Piaggio, Roberto Colaninno, como dono da Aprilia, quer ver melhores resultados e está sob muita pressão para ter sucesso com a sua Equipa em 2020. Mas a temporada começa tarde, e o novo motor ainda tem poucos quilómetros de teste atrás.

“É verdade que, em comparação com os nossos concorrentes, somos o único fabricante que construiu uma motocicleta completamente nova com um motor completamente novo”- diz Rivola ainda –  “A crise do Covid 19 está provavelmente a desfavorecer-nos um pouco mais , porque queríamos fazer mais quilómetros de testes na primavera, o que não foi possível.”

Agora, foram adotadas medidas de flexibilização e a marca pode trabalhar de novo para tornar a moto fiável e competitiva o mais rapidamente possível.

Pelo menos, Rivola está contente e aliviado por as “equipas de concessão” KTM e Aprilia poderem desenvolver os motores até 29 de Junho, enquanto as equipas vencedoras tiveram de homologar as suas especificações em Março.

Porém, na Aprilia, a fábrica e o departamento de corridas só reabriram no final de Maio e tiveram só um mês para desenvolver o motor, que foi lançado pela primeira vez no Natal.

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TDNM
TDNM
3 anos atrás

Já devia ter sido feito. Permitir à Ducati andar a rentabilizar motos com 2 anos, apenas para encherem chouriços e acabar quase sempre em último, teria sido útil nas infelizes épocas CRT e motas cliente. Agora n faz sentido. Com a electrónica standard o foço diminuiu imenso. Atrasou um pouco os da frente e permitiu à Ducati e à Suzuki reentrar.
O modelo está MT mais apetecível e até a Kawasaki já queria wildcard com uma “zx-10”.
A Aprilia quer 4 motos.a kawa quer mais duas em breve. Serão recusados?
Num campeonato destes é importante que não haja motas de primeira e de segunda. Aos olhos do público é isso que o torna espectacular.
Haver Yamaha petronas, Honda lcr 1, e Ducati pramac torna o campeonato lindo.
Apesar de ter que admitir que o Márquez anda a “estragar” um pouco e d não gostar dele, ele não tem culpa de ser o mais rápido.
Cabe às outras marcas e pilotos elevarem o seu nível para conseguirem lutar com ele.
Quando mais variedade e incerteza existir mais lucros o campeonato terá.
Se calhar está na altura desse senhor abandonar o poleiro e deixar uma mente mais jovem e mais visionária tomar conta a partir daqui.

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