Em tom honesto e introspectivo, Miguel Oliveira partilhou recentemente uma análise profunda sobre a sua passagem pelo MotoGP, uma jornada marcada por momentos de glória e por desafios exigentes. O piloto português, atualmente ligado à estrutura da Pramac, refletiu sobre as escolhas feitas ao longo da sua carreira e reconheceu que, por vezes, o fator tempo não jogou a seu favor. “Por vezes entrei em equipas ou projetos numa fase que não era a ideal”, admitiu, num raro desabafo que revela o lado mais humano e ponderado do atleta.
Depois de uma ascensão meteórica nas categorias inferiores, onde conquistou vitórias no Moto3 e no Moto2, Oliveira chegou à elite do motociclismo em 2019, trazendo consigo a esperança de colocar Portugal no mapa do MotoGP. Desde então, somou cinco triunfos na categoria rainha — um feito ao alcance de poucos —, mas também viveu períodos complicados, marcados por lesões e por máquinas que nem sempre lhe permitiram mostrar todo o seu talento.
Em entrevista concedida durante o Grande Prémio da Indonésia, o piloto de Almada falou com serenidade sobre o percurso feito até agora. “Há sempre orgulho no caminho percorrido. Nem todos têm a oportunidade de vencer em todas as classes, e isso é algo que guardo com carinho”, afirmou. Ainda assim, reconhece que o seu potencial poderia ter sido mais explorado. “Sinto que ainda há muito que poderia ter feito, mas o MotoGP é assim — depende tanto do talento como do momento certo.”
Entre conquistas e frustrações, Miguel Oliveira mantém a lucidez e a ambição de continuar a escrever novos capítulos na sua carreira, com a maturidade de quem compreende que, no motociclismo, o sucesso é feito tanto de vitórias como das lições que se aprendem pelo caminho.
















