A temporada de 2025 ficará marcada como uma das mais desafiantes da carreira de Francesco Bagnaia, e o debate sobre o seu estado psicológico voltou a ganhar força depois das recentes declarações de Jorge Lorenzo. O antigo tricampeão de MotoGP levantou a possibilidade de o piloto da Ducati Lenovo Team precisar de apoio especializado para recuperar a confiança que o abandonou ao longo do ano — um fator que pode ser decisivo na preparação para Bagnaia em 2026.
Depois de um 2024 quase perfeito, com 11 vitórias e um domínio absoluto sobre o campeonato apesar da vitória do seu rival Jorge Martín, Bagnaia entrou em 2025 com a pressão máxima de enfrentar Marc Márquez dentro da própria garagem. Contudo, aquilo que deveria ser um duelo épico transformou-se numa temporada irregular. A adaptação à GP25 nunca foi fluida: Bagnaia queixou-se repetidamente da falta de sensibilidade na roda dianteira, e nem as atualizações nem as mudanças na afinação conseguiram devolver-lhe o conforto necessário para pilotar no limite. Como consequência, venceu apenas duas corridas e terminou as últimas cinco provas sem pontuar. Fechou o campeonato em quinto lugar, a uma distância impressionante de 257 pontos para Márquez.
Lorenzo foi direto ao analisar o caso: a chegada de Márquez à Ducati aumentou a pressão interna e abalou emocionalmente Bagnaia. Segundo o espanhol, o #63 deixou de mostrar a espontaneidade e a leveza que sempre caracterizaram o seu estilo de pilotagem, refletindo uma perda evidente de autoconfiança. Lorenzo recordou ainda que, em vários momentos da própria carreira, recorreu a psicólogos e especialistas em desempenho mental para ultrapassar fases críticas. Mencionou também o exemplo de Andrea Dovizioso em 2017, que a sua mudança psicológica impulsionou a disputa acesa pelo título daquele ano.
Para Lorenzo, Bagnaia deveria considerar uma abordagem semelhante — seja com apoio externo, consultores de performance ou até reforço interno através da estrutura da VR46 — de forma a reconstruir a solidez mental necessária no mais alto patamar do MotoGP.
A Ducati, por sua vez, mantém cautela, mas reconhece que a offseason será crucial. A equipa acredita que a chegada da nova moto e um período de descanso poderão permitir a Bagnaia recuperar o ritmo natural. No entanto, a pressão para 2026 será enorme: início de temporada decisivo, nova máquina e negociações contratuais no horizonte. Tudo isto faz com que o fator mental, mais do que nunca, possa ditar o rumo de Bagnaia no MotoGP em 2026.
















