Lucio Cecchinello, novo Presidente da IRTA, está entusiasmado com as possibilidades
As 3 partes envolvidas no Mundial de MotoGP – A Dorna, como promotor, a MSMA como representante dos fabricantes, e a IRTA, por parte das equipas – têm estado a negociar para definir contratos para os próximos 5 anos do Campeonato.

Para já, um aspeto positivo da associação à Liberty Media, que adquiriu a Dorna em Julho, é que, à semelhança da Formula 1 (também propriedade da Liberty) deixa de haver equipas ‘oficiais’ e equipas ‘independentes’. Há apenas equipas, o que agrada a Lucio Cecchinello, que desde o verão, substituiu o reformado Hervé Poncharal na Presidência da IRTA:
“Desde que assumi o cargo, admiro ainda mais o trabalho que o Hervé fez durante os últimos 20 anos. Também estou no paddock desde 1992 e a Dorna tomou conta do Mundial em 1991, por isso estou cá há muito tempo e acho que posso contribuir com melhorias! Até durmo no paddock desde então, o que me poupa alguma hora, hora a meia de viagem todos os dias em relação a ficar em hotéis, tempo que uso para estar em contacto com todos, escrever E mails, etc.”
“O lado positivo é que todas as 6 equipas equipas independentes (LCR, Tech3, Gresini, VR46, Pramac e Trackhouse) assinaram acordos por unanimidade aceitando as condições da Dorna, para os próximos 5 anos, agora só falta o acordo dos fabricantes!”
“É muito positivo eliminar esta distinção entre equipas de fábrica e outras, porque reconheço que as equipas de fábrica sempre foram mais atraentes para sponsors e pilotos. Gostava que fosse possível para as equipas agora, como se faz na Formula 1, fazer leasing de um motor à fábrica e encomendar um chassis da Kalex, Boscoscuro ou Moriwaki, por exemplo para instalar o motor. Como dono de uma equipa, isso seria um prospeto empolgante que eu acolheria de braços abertos!” – diz o ex-piloto de 56 anos.

É sabido que o próprio Trunkepolz, um dos fundadores da KTM (aliás o T no nome) já tinha perguntado à Dorna no Sachsenring este ano se um tal sistema passaria a ser possível em 2027, pensando da MV Agusta, o que poderia adicionar mais uma marca ao plantel de MotoGP.
Ao mesmo tempo, Cecchinello, que para o ano terá o ‘rookie’ Diogo Moreira na sua equipa Honda, reconhece que por muito que isso lhe agradasse, nenhuma das atuais equipas está equipada, como na Formula 1, para conceber e desenvolver o seu próprio chassis e aerodinâmica, com as complicações que isso acarreta, de terem obrigatoriamente acesso a um túnel de vento, design de carenagens e componentes, etc., um papel até agora desempenhado pelas fábricas que forneciam as motos completas. “Não consigo imaginar num futuro imediato nenhuma equipa de MotoGP a desenvolver o seu próprio chassis, como a McLaren na Formula 1, por exemplo.”
Por outro lado, os 5 fabricantes atuais reunidos na MSMA – A Aprilia, Ducati, KTM, Honda e Yamaha – ainda não chegaram a acordo sobre aceitar as regras para 2027. Nos últimos anos, perdeu-se a Kawasaki e a Suzuki e a possibilidade de fabricantes como a BMW ou Triumph aderirem à MotoGP com os seus próprios protótipos ainda não se concretizou.
À Dorna, agradaria que os fabricantes fizessem pequenas séries de protótipos, como a Yamaha fez há uns anos com a Harris e a ROC, para ajudar as equipas privadas. Isso proporcionaria a marcas que já participam nas Moto2, como a CF Moto, QJ Motor, MV Agusta, Triumph ou Fantic a oportunidade de formar equipas de MotoGP a um custo razoável.

Vale a pena explicar que a contribuição da Dorna (paga com os lucros dos direitos globais televisivos) dá a cada equipa de MotoGP cerca de 7€ milhões de euros por cada equipa de 2 pilotos, cerca de metade do orçamento duma equipa independente na atualidade. O leasing duma moto da fábrica custa cerca de 2 milhões por moto, portanto as equipas têm a oportunidade de complementar o orçamento com patrocinadores próprios para a restante verba necessária – da qual uma grande fatia é o salário dos pilotos.
A associação dos Fabricantes é presentemente presidida por Maximo Rivola da Aprilia, e quer assegurar que o regulamento para 2027 não favoreça indevidamente nenhum dos fabricantes- mas receberia bem a ideia de mais marcas de juntarem à MotoGP.
















