Com novas regras em 2027, Honda vê oportunidade de regressar ao topo no MotoGP após anos de domínio da Ducati.
O MotoGP prepara-se para uma mudança histórica. A partir de 2027, as motos passarão a ter motores de 850 cc e pneus Pirelli, substituindo os tradicionais Michelin. Esta alteração regulamentar poderá ser o ponto de viragem que a Honda procura há várias temporadas.

Stefan Bradl, piloto de testes e figura-chave no desenvolvimento da RC213V, vê na nova era uma oportunidade única:
“Falamos de um conceito totalmente novo, uma filosofia diferente. Mal posso esperar para sentir a diferença”, afirmou.

Desde janeiro de 2025, o projeto da Honda é liderado por Romano Albesiano, ex-diretor técnico da Aprilia, que trouxe uma abordagem mais ágil e eficiente à estrutura da HRC.
“Os processos tornaram-se mais rápidos. O que não funcionava foi eliminado, o que funciona mantém-se”, sublinha Bradl.
Apesar dos avanços, o piloto alemão reconhece que a marca ainda está longe do patamar da Ducati:
“Mesmo com um piloto como Jorge Martín, ainda não estaríamos a lutar pelo título. A tecnologia não está no ponto.”

A Honda tentou, sem sucesso, contratar Martín e Pedro Acosta, numa clara aposta em encontrar um líder capaz de recolocar a equipa no topo. Atualmente, Joan Mir, Luca Marini, Johann Zarco e Somkiat Chantra são os nomes em pista, mas nenhum parece ter força suficiente para liderar sozinho a recuperação.
O contraste é evidente, domínio absoluto nas 8 Horas de Suzuka, com quatro vitórias consecutivas, mas dificuldades persistentes no MotoGP e no Mundial de Superbikes.

Para Bradl, o objetivo de 2027 é claro: recuperar o prestígio perdido.
“Recursos e dinheiro não são problema. Com as novas regras, temos de aproveitar a oportunidade.”
A revolução técnica promete baralhar as cartas. Para a Honda, pode ser o início de um novo capítulo e talvez do regresso à glória.
Fonte: Paddock GP