O MotoGP está de regresso após a pausa de verão e Miguel Oliveira prepara-se para enfrentar o Grande Prémio da Áustria, no Red Bull Ring, um circuito que ocupa um lugar especial na sua carreira. Foi precisamente aqui, em 2020, que o piloto português conquistou a sua primeira vitória na categoria rainha, ao serviço da Tech3, então equipa satélite da KTM. Uma vitória histórica — tanto para Oliveira como para a estrutura francesa — alcançada com uma manobra decisiva na última curva da corrida.
Cinco anos depois desse momento memorável, o cenário é bastante diferente. Miguel Oliveira chega a Spielberg com as cores da Prima Pramac, equipa satélite da Yamaha, num projeto de transição para a marca de Iwata que ainda está em fase de desenvolvimento. A bordo da M1, o português tem enfrentado um processo de adaptação exigente, condicionado por um pacote técnico que ainda não está ao nível das máquinas rivais, em especial as Ducati, Aprilia e KTM.
O Red Bull Ring é um traçado que exige o máximo da travagem e da aceleração das motos — dois pontos que tradicionalmente não favorecem a Yamaha, cuja M1 privilegia a fluidez em curva. As características do circuito austríaco, com retas longas e curvas apertadas, poderão voltar a expor as limitações da moto nipónica neste tipo de configuração. Ainda assim, Oliveira traz consigo a experiência, o conhecimento do traçado e a motivação de regressar a um palco onde já foi feliz.
Embora uma repetição do triunfo de 2020 pareça improvável nas atuais circunstâncias, o piloto de Almada continua a ser um dos nomes a ter em conta, sobretudo se as condições da corrida forem imprevisíveis — algo que não é incomum em Spielberg. Para a Yamaha e para a Pramac, este será mais um teste crucial na evolução do projeto, e para Miguel, uma nova oportunidade de mostrar a sua capacidade de adaptação e de extrair o máximo do material que tem à disposição.
O fim de semana promete ser um dos mais exigentes da temporada, tanto do ponto de vista técnico como competitivo. Todas as atenções estarão centradas em saber até onde poderá chegar o único piloto português do pelotão, num circuito onde já escreveu uma das páginas mais marcantes da sua carreira.