CR PentaControl MX, Lustosa: Pedro Rino e Francisco Matias, os mais fortes na ronda de abertura

Por a 31 Março 2024 16:13

O Complexo Voltas & Rodas, inserido na Quinta da Azenha na localidade de Lustosa, foi palco no passado domingo do início da versão 2024 do Campeonato Regional PentaControl Mx. Era com muita expetativa que se aguardava por este início que, primariamente, estava agendado para outro local, no entanto quem aqui se deslocou não ficou certamente defraudado com uma boa afluência de pilotos a dar bastante espetáculo. 

Elite/Pró

Um dia de bastante calor acolheu as dezenas de pilotos que se deslocaram até ao norte do nosso país dispostos a lutar pelos melhores lugares nas classes Elite e Pró, com o destaque final a ir para Pedro Rino no primeiro caso e Luís Outeiro no segundo que conseguiram levar a melhor sobre toda a concorrência.

Luís Outeiro

Com vinte e sete pilotos presentes, divididos pelas classes Elite e Pró, o dia de domingo mostrava-se promissor com vários valores nacionais a “picarem” o ponto com vista a atingir o lugar mais alto do pódio. Depois de concluídas as inscrições e verificações técnicas os pilotos começaram a mostrar as suas qualidades através das sessões de treinos, sendo a cronometrada a mais importante pois iria definir a ordem de entrada para a grelha de partida das corridas da tarde. Sem concorrência à altura Luís Outeiro (#47) começou bem cedo a marcar as melhores voltas aos mil e seiscentos metros de perímetro, deixando o equilíbrio entregue aos restantes oponentes com Pedro Rino (#28) a ser o segundo colocado e melhor Elite, mas a quase 5 segundos de distância do líder. Contudo logo atrás, a menos de uma décima, surgia Tomás Santos (#247) no terceiro posto adiante de Francisco Salgado (#248) e José Feijoó (#396) que eram quarto e quinto em termos globais e segundo e terceiro nos Pró. Abel Carreiro (#81) completava o lote dos Pró presentes com o oitavo lugar, tendo à sua frente os terceiro e quarto elites que eram Dinis Sousa (#69) e Bernardo Pinto (#139) que faz a sua época de estreia nas classes séniores.

Gonçalo Cardoso

Durante o período de almoço, em que os pilotos tiveram oportunidade de descansar, a organização da prova teve problemas com o sistema de rega o que a obrigou a reduzir o tempo das mangas para 15 minutos mais duas voltas. Dada a ordem de partida para a corrida inaugural Francisco Salgado em Pró e Pedro Rino em Elite eram os mais fortes a sair da primeira curva, mas depressa Luís Outeiro subia na tabela para se instalar no comando das operações nunca mais olhando para trás rumando a uma vitória completamente isolada e incontestável. Bem diferente era a história atrás de si já que Salgado mantinha-se no segundo posto, mas muito pressionado por um grupo composto por Pedro Rino, José Feijoó, Gonçalo Cardoso (#78), Tomás Santos, Dinis Sousa e Abel Carreiro, todos eles a tentar subir ainda mais na tabela, até que na quarta volta Salgado sofria um problema mecânico que o obrigava a abandonar e entregava assim o segundo posto a Rino. Na volta seguinte Santos e Cardoso colavam-se na luta pela vice-liderança, mas com o passar do tempo somente os dois primeiros seguiram juntos ficando com um pequeno avanço sobre o piloto algarvio sem que, no entanto, tenham havido trocas de posições o que ditava que Rino era o segundo em termos globais e melhor Elite adiante de Santos e Cardoso que faziam parte da mesma classe e eram terceiro e quarto globalmente. Nos lugares seguintes as lutas também foram interessantes de seguir com José Feijoó a rodar grande parte do tempo em quinto na frente de outro Pró de nome Abel Carreiro, muito próximos entre si, havendo ainda uma aproximação final por parte de Dinis Sousa que, depois de perder algum tempo com uma queda na fase inicial da prova, acabaria por não conseguir fazer melhor que o sétimo posto e quarto Elite. Em estreia neste Campeonato o jovem Bernardo Pinto teve mais dificuldades para atingir os lugares cimeiros com um mau arranque a deixá-lo a meio da tabela classificativa o que o obrigou a esforço redobrado para recuperar perante as mais potentes máquinas a quatro tempos, conseguindo ainda assim sobrepor-se na última volta a Álvaro Gonçalves (#195) que não iria além do nono posto (sexto Elite). A completar o lote dos dez mais na classe Elite destaque ainda para Luís Rodrigues (#836) em sétimo, Elias Rodrigues (#53) em oitavo, Rúben Neves (#111) em nono e Carlos Gonçalves (#12), que aqui fazia a estreia na classe após ser um dos melhores Promoção em 2023, em décimo.

Jose Iglesias

Recuperadas as energias era o momento de dar início à última manga do dia e, desta vez, era Luís Outeiro quem se desenvencilhava melhor das confusões iniciais instalando-se de imediato na liderança da prova, com Pedro Rino a ser novamente o melhor Elite logo atrás no segundo posto. Enquanto Outeiro se ia embora de todo o pelotão Rino ganhava uma margem reduzida sobre os perseguidores que eram comandados por Tomás Santos, até que na terceira volta o piloto da KTM sofria uma pequena queda que permitia ao seu adversário subir na classificação e rodar algum tempo em segundo. No entanto Rino não queria, de forma nenhuma, contentar-se com o último lugar do pódio e depressa retomou à pista em modo ataque para se aproximar novamente do jovem da Gas Gas, começando a exercer pressão que traria frutos quatro voltas depois ao regressar a segundo, embora desta feita tenha sido Santos a não desistir rodando até à bandeira axadrezada na sombra do seu oponente, embora nunca mais tenha conseguido passá-lo. De referir ainda que a luta pelos melhores lugares não se cingiu somente a estes dois pilotos já que, à semelhança da manga inaugural, eram vários os pilotos que rodavam muito próximos na luta pelo pódio. Inicialmente era Dinis Sousa quem surgia em quarto na frente de José Feijoó e Francisco Salgado, mas na quinta volta Sousa e Feijoó sofriam contratempos que os faziam perder tempo entregando de bandeja esse posto a Salgado que parecia ter as operações controladas. Contudo, como é usual, Feijoó não baixou os braços e à medida que o tempo se esgotava aproximou-se novamente do homem da Gas Gas, mas mostrou-se um esforço infrutífero já que as posições não mais se alteraram com Salgado a defender-se bem das investidas. A recuperar de um mau início Gonçalo Cardoso foi subindo aos poucos na tabela para atingir o sexto lugar em termos globais, terceiro em Elite, levando a melhor sobre Dinis Sousa que não mais se conseguiu redimir do desaire inaugural que o deixou bastante atrasado face aos principais adversários, terminando em sétimo por troca com Álvaro Gonçalves (#195) nas últimas voltas. Quanto ao piloto da Kawasaki voltou a mostrar-se muito consistente nas lutas que foi travando ao longo do tempo, superiorizando-se a Luís Rodrigues e Bernardo Pinto que não terminaram muito longe em nono e décimo respetivamente. Referência final para Elias Rodrigues, Rúben Neves e Carlos Gonçalves que voltavam a completar o lote dos dez melhores da classe Elite.

Francisco Salgado

Concluído mais um excelente dia de corridas chegava o momento de fazer as contas finais que ditariam a classificação geral da prova e a ordem atual dos respetivos Campeonatos. Começando pela classe Elite, apesar da muita luta que lhe deram, Pedro Rino conseguiu levar a melhor sobre Tomás Santos e Gonçalo Cardoso que o acompanharam no pódio final, cabendo a Dinis Sousa e Álvaro Gonçalves o fecho do top 5. Na classe Pró foi sem qualquer surpresa que Luís Outeiro ocupou o primeiro posto na frente do regular José Feijoó, ficando Francisco Salgado com o terceiro posto em igualdade pontual com Abel Carreiro.

Tomás Santos

Apesar da próxima ronda estar inicialmente agendada para o mês de Maio alguns problemas no Calendário do Nacional de Mx levaram a ajustes no Regional PentaControl. Assim será somente em Vila

Cova à Coelheira, no primeiro fim de semana de Junho, que estes pilotos terão a oportunidade de voltar a lutar em pista naquela que será uma estreia desta localidade em termos de Mx num circuito que está a ser totalmente remodelado para proporcionar o melhor espetáculo a quem aí decidir se deslocar. Convidamos todos a estarem presentes, decerto que não darão o tempo como perdido.

Promoção

Na classe Promoção Francisco Matias não poderia ter uma melhor estreia entre os federados da Promoção sendo o mais forte do pelotão ao longo de todo o dia.

Um total de trinta pilotos deslocaram-se até ao norte do país para o primeiro confronto do ano e, concluídas as burocracias matinais, chegou o momento de os pilotos começarem a rodar no circuito nas sessões de treinos. Se nos livres o equilíbrio foi a nota dominante, nos cronometrados já se começaram a notar algumas diferenças nomeadamente quanto ao mais rápido com Francisco Matias (#294) a deixar a perseguição a mais de sete segundos. Atrás o equilíbrio mantinha-se com Luís Brandão (#215) a ser segundo por apenas treze milésimas de segundo sobre Pedro Azevedo (#829), ao passo que Diogo Parente (#244) e Rodolfo Castro (#19) ocupariam os restantes lugares do top 5.

Francisco Matias

Depois de cumprido o horário de almoço, que se prolongou um pouco mais devido a alguns contratempos na manutenção do circuito, o momento tão aguardado de todos se juntarem atrás da grelha de partida para as corridas principais chegou. Assim que foi dada a ordem de partida foram intensas as lutas para ver quem ocuparia o holeshot, mas Francisco Matias queria deixar a sua marca desde o início e colocou-se na liderança de onde nunca mais seria desalojado, ganhando tempo sobre os perseguidores volta após volta para terminar com o primeiro triunfo do dia deixando a mais de cinquenta segundos o segundo colocado. Pelos postos seguintes a incerteza pairava no ar e se no princípio cabia a Rodolfo Castro o lugar intermédio do pódio, atrás de si vinha um ávido grupo de oponentes dispostos a estragar os planos do piloto da KTM. Entre estes Diogo Parente seria o mais lesto a subir na tabela passando a ser o segundo classificado a partir da quarta volta, sendo seguido um pouco mais tarde por Hélder Costa (#388) e Luís Brandão que tinham ainda esperança de subir mais na tabela. Estes três pilotos acabaram mesmo por se isolar do restante pelotão, rodando sempre muito próximos embora com poucas trocas entre si sendo mesmo a exceção na penúltima volta com Brandão a conseguir sobrepor-se a Costa para, na última volta, os lugares voltarem a inverter-se o que ditaria que Parente era segundo, Costa ficava em terceiro e Brandão em quarto. Relativamente a Rodolfo Castro o passar do tempo fê-lo atrasar-se face ao grupo inicial não se mostrando tão rápido como certamente desejaria e, quando faltavam apenas duas voltas para o término da primeira manga, ainda sucumbiria aos ataques lançados por Tiago Vilaça (#197) que, depois de ter um mau arranque que o colocavam a meio do pelotão na primeira volta, foi obrigado a aplicar-se ao máximo neste seu regresso à competição para ainda assim concluir no quinto posto adiante de Castro. Também muito próximo, mas insuficiente para ir além da sétima marca, ficaria Nuno Coutinho (#137) após rodar muito tempo neste lugar, levando a melhor sobre Rodrigo Magalhães (#330), Tomás Mariana (#99) e Márcio Francisco (#221) que assim encerravam o top 10 deste primeiro embate.

Depois de um merecido descanso os pilotos aprontaram-se para o início da segunda contenda do dia e, assim que a ordem de partida foi dada, a confusão instalou-se com vários pilotos a ficarem caídos na primeira curva, entre eles o dominador do dia Francisco Matias. Indiferente a isso esteve Afonso Portela (#267) que conseguia ser o mais lesto a sair da primeira curva, levando atrás de si pilotos como Hélder Costa ou Diogo Parente que desta forma procuravam aproveitar o desaire do principal adversário para se instalarem na liderança. Aliás foi isso mesmo que aconteceu ainda na primeira volta com Costa a subir para o comando das operações sendo seguido na volta seguinte por Parente e Tiago Vilaça que também tinha um arranque mais bem conseguido dando-lhe esperanças de um melhor lugar na classificação final. Quanto a Matias apenas aparecia a meio do pelotão na primeira passagem pela linha de meta e, apesar de continuar a ser dos mais rápidos em pista, muitos poderiam pensar que já se tratava de demasiado tempo para recuperar. No entanto se assim pensaram bem depressa se enganaram já que enquanto Costa dominava os acontecimentos sempre pressionado de perto por Valente, Matias ia subindo na tabela, ganhando segundos preciosos, e acabou mesmo por atingir a liderança da prova quando pouco depois de metade do tempo cumprido ultrapassava os oponentes para rumar a novo triunfo, sem mácula, com mais de meio minuto de adianto sobre o duo que passou a persegui-lo, Hélder Costa e Diogo Valente. Quanto a estes as posições nunca se inverteram sendo segundo e terceiro respetivamente, deixando o quarto posto para Tiago Vilaça que rodou praticamente todo o tempo nesse lugar e de forma isolada. Contudo, já mais próximo do final, ainda teve de se acautelar com o aproximar de Luís Brandão que vinha em franca recuperação após também ele se ver envolvido nas confusões da primeira volta deixando-o bastante atrasado, tendo de se contentar com o encerramento do top 5. Se pelos primeiros lugares não se podia lançar prognósticos quanto ao desfecho final, nos lugares a seguir a história era semelhante senão basta ver as diferenças finais entre os pilotos com seis segundos a separarem o sexto e o nono colocado que, após várias trocas entre si, seriam por esta ordem, Nuno Coutinho, Márcio Francisco, Tomás Mariana e Rodolfo Castro, relegando para a décima posição Tiago Barbosa (#399) que mesmo estando envolvido na luta grande parte do tempo acabou por não conseguir acompanhar os adversários nas últimas voltas.

Terminada a primeira corrida do ano chegava o momento da contabilização final que seria idêntica em termos de corrida e Campeonato com Francisco Matias a ser um claro dominador deste evento, sendo ladeado nos lugares do pódio por Hélder Costa em segundo e Diogo Parente em terceiro embora empatados em termos pontuais. Também empatados, mas pelo quarto e quinto lugar, Tiago Vilaça acabou por levar a melhor sobre Luís Brandão.

Com a incerteza que tem pairado em termos meteorológicas e o adiamento de algumas corridas nacionais que originaram acertos no nosso Campeonato, estes pilotos terão agora um período de descanso de dois meses sensivelmente com a próxima ronda a ser somente no dia 2 de Junho no que será uma estreia em absoluto de Vila Cova à Coelheira no nosso calendário. Já conhecida por realizar bons espetáculos de resistência esta localidade está já a ultimar o seu novo circuito de Mx para proporcionar boas condições a todos os pilotos que aí se desloquem, permitindo a estes darem um excelente espetáculo ao público que os irá apoiar. Convidamos todos a estarem presentes pois certamente não se vão arrepender.

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(Texto e Fotos: Bikerz Press)

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