MotoGP, 2023: O fim de uma era para Marc Márquez e a Honda

Por a 3 Dezembro 2023 13:00

Seis títulos mundiais, 59 vitórias e 2.626 pontos – o tempo de Marc Márquez como piloto do HRC chegou ao fim. Por isso, fortes emoções assolaram a boxe da Repsol Honda no fim de semana do GP de Valência. Para a história ficaram 11 temporadas repletas de sucessos e alegrias, mas também de desilusões, depois do seu acidente em Jerez.

Durante a sua passagem pela HRC com a Repsol Honda, Marc Márquez conquistou seis Campeonatos do Mundo de MotoGP, cinco Triple Crowns, 59 vitórias na categoria rainha, 101 pódios, 64 poles, 59 voltas mais rápidas e 2.626 pontos.

Isto significa que o piloto de Cervera termina esta etapa da sua jornada com o HRC como o piloto de maior sucesso da Honda em termos de vitórias na categoria rainha, vitórias em todas as classes, bem como estabelecendo o segundo lugar em número de pole positions – tanto na classe rainha como em todas as classes de Grandes Prémios. Marc deixa uma lista de conquistas e recordes que não serão facilmente superados.

A relação entre o #93 e a Repsol Honda alcançou sucesso quase imediatamente em 2013, quando Márquez se tornou no GP das Américas no mais jovem vencedor de sempre na categoria rainha, aos 20 anos e 60 dias de idade. Aconteceu logo no seu segundo Grande Prémio, durante a primeira visita do MotoGP a Austin. Esse anos ano iria terminar com um primeiro Título Mundial, com o estreante espanhol a falhar o pódio apenas por duas vezes em 18 corridas.  Márquez chegou a Phillip Island em posição de selar a coroa, mas uma confusão com a sua equipa nas boxes significou que foi desclassificado da corrida por ter ficado muito tempo fora com um jogo de pneus, e a sua coroação foi adiada enquanto Jorge Lorenzo rodava para a vitória. Ainda assim, um terceiro lugar foi suficiente para Marc Márquez garantir o título em Valência.

13 vitórias, incluindo dez consecutivas no início da temporada, consolidariam Títulos Mundiais consecutivos e uma enxurrada de novos recordes. Uma temporada de aprendizagem se seguiria em 2015, quando Márquez enfrentou um ano desafiador com uma série de desistências.

Mas todas essas lições seriam postas em prática em 2016, quando o #93 regressou às vitórias e conquistou o terceiro título na categoria rainha. Somando os título de 125cc e 250cc, nesse ano, Marc já somava cinco títulos mundiais. Os anos de 2017 e 2018 seguiram um padrão semelhante, já que os títulos quatro e cinco vieram logo a seguir.

O desempenho de Márquez em 2019 estabeleceria um novo marco, não apenas para a Repsol Honda, mas para o MotoGP como um todo, já que o #93 terminaria entre os dois primeiros em todas as corridas que completou. Com 420 pontos, o agora oito vezes Campeão do Mundo estabeleceu um novo recorde de pontos numa temporada que só seria superada com a introdução este ano das corridas Sprint.

Os anos seguintes destacariam o espírito de resiliência de Marc Márquez, que sofreu lesões, contratempos e dificuldades após a sua queda fatídica em 2020 no GP de Espanha de Jerez. 581 dias após esta queda, Márquez regressaria às vitórias no seu amado circuito de Sachsenring – provando, sem dúvida, que o espírito e a velocidade de um campeão nunca desaparecem. Vitórias em Austin e Misano terminariam a temporada de 2021 em alta, antes que as lesões atacassem novamente.

Alguns momentos finais brilhantes, como o 100º pódio da categoria rainha na Austrália e um regresso “romântico” ao pódio na casa da Honda, no Japão, se destacariam em 2022 e 2023. Do primeiro ao último dia, a história da Repsol Honda Team e Marc Márquez têm sido um dos mais bem-sucedidos e únicos do motociclismo. É uma história circular. Após a última corrida de Márquez em Valência – palco do seu primeiro teste com a Honda RC213V e onde selou o seu primeiro Campeonato do Mundo em 2013, esperava-o na box da Repsol Honda.

Agora, a Repsol Honda e a HRC aceitam com entusiasmo o desafio de lutar com Marc Márquez em 2024. Facto curioso, as voltas que a história dá.

Os oito títulos mundiais de Marc Márquez

125cc – 2010 (Derbi – Red Bull Ajo)

Moto2 – 2012 (Suter – Team Catalunha Caixa Repsol)

MotoGP – 2013 (Repsol Honda)

MotoGP – 2014 (Repsol Honda)

MotoGP – 2016 (Repsol Honda)

MotoGP – 2017 (Repsol Honda)

MotoGP – 2018 (Repsol Honda)

MotoGP – 2019 (Repsol Honda)

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