MotoGP, 2020: Rossi por Uccio Salucci, 2

Por a 5 Dezembro 2020 17:00

Ao lado de Valentino Rossi 24 anos, houve ocasiões, raras em que o seu amigo e assistente pessoal Uccio Salucci se zangou com Valentino, mas é o futuro que o entusiasma

Por agora estão a seguir o Valentino, a assimilar e a aprender coisas…”

“A última vez que me chateei com o Vale foi na Malásia… Foi o quê, para aí em 2018… A duas voltas do fim da corrida, o Márquez estava a puxar mas ele, tinha que nos apanhar e tinha que passar, e não é certo que ele tivesse conseguido e foi aquela cena da colisão…”

“Mas o Valentino não é assim, não é uma pessoa que se zanga, crescemos juntos, para lá da vida nas corridas estivemos sempre juntos, basicamente basta uma olhadela para nos compreendermos!”

“Isto do Covid 19 para mim foi uma maçada, estive doente dois dias, com uma febre, com tosse, primeiro um teste negativo depois na terça-feira, fizemos outro positivo: Foi o isolamento mas eu tive sorte há pessoas para quem é um trauma.”

“A minha filha Vitória e eu apanhamos o vírus, ela tem oito anos, a minha mulher não apanhou, não é fácil, durou 28 dias, eu e a Vitória sozinhos, a fazer as tabuadas de multiplicar para o trabalho de casa…”

“Eu não podia ir às corridas por isso também vivi esse tempo um bocado chateado e o Valentino viveu um bocadinho como eu.”

“Estava quase assintomático, tinha um bocadinho de febre, mas era como um leão enjaulado, se para mim ver as corridas a partir de casa é horrível, imaginem o que será para ele!”

“Ele continuou sempre a treinar, tem um ginásio em casa e quando regressámos a Valência estava muito em forma fisicamente…”

“Digamos que o Covid foi o cúmulo de um ano muito complicado. O Covid mudou muitas coisas nas motos, a maneira de trabalhar, a maneira de pensar, como em todos os desportos, acho eu!”

“Na minha opinião também mudou o destino dos campeonatos…como equipa, nós sofremos muito, tivemos que cortar salários aos pilotos e aos mecânicos, os parceiros tiveram que reduzir alguns dos pagamentos, porque eles também estavam com dificuldades, e o resto foi tudo uma consequência disso!”

“Esta coisa foi dura, causou uma data de transtornos, depois conseguimos dar conta da situação mas em 2021 ainda não vai ser fácil!”

“Parámos com a equipa de Moto 3, não por termos perdido mas porque o projeto evoluiu… os miúdos cresceram tão depressa que, como Academia, queremos parar um momento, para melhorar o grupo e apoiar esse grupo.”

“Os jovens da Moto 3 subiram de classe, mudaram-se e decidimos ficar por aí.

Foi só um adeus para o ano que vem, vamos fazer o Campeonato Italiano de Velocidade de Moto 3 com a VR46, vamos trabalhar a partir do zero”

“Eu teria continuado com o Vietti se ele não tivesse crescido tanto em Moto 3, mas depois da sua performance parecia que estávamos a forçar as coisas!”

“Não foi um falhanço, isso tem que ser dito, até estamos surpreendidos de que os nossos garotos estejam a ter sucesso no Mundial em todas as categorias, mas estamos muito contentes!”

“A pequena academia tornou-se uma loucura, mesmo se no final não trouxemos nada de muito concreto para casa, mas temos que ver as coisas como são, a duas corridas do fim ainda estávamos a lutar pelo campeonato em três categorias: Vietti nas Moto 3 Morbidelli na MotoGP e o Marini em Moto 2…”

“Estou orgulhoso deles todos, e de cada um, porque eu sei como eles trabalham, é uma quantidade incrível de trabalho todos os dias, a treinar no duro e depois não é fácil lidar comigo, e com todos os outros…”

“Eles entregaram-se a nós, acreditam no projecto, acreditam em nós e demonstraram-no com o seu crescimento. Talvez os próximos cresçam, mas não tão rápido…”

“2021 vai ser um ano duro mas fantástico, o Luca Marini vem para a MotoGP com uma equipa Ducati, é um importante contrato para ele e acho que ele vai ter um futuro brilhante!”

“O  Vietti passa das Moto3 para Moto2, o Bezzecchi de certeza vai ser um candidato ao título de ,Moto2 ele também cresceu muito depressa, e depois o Manzi vai ser um protagonista com a Kalex do Pons. O Migno, com a Honda, vai ter que provar o seu valor e o Antonelli a mesma coisa…”

“Há muitos cenários que podem resultar!”

Depois, há o Morbidelli, o Franco é uma história de doidos, ninguém acreditava nele, tenho que agradecer ao Fausto Gresinie à Italtrans, ninguém se importava com ele, e eu parecia um louco a andar pelo paddock a pedir para o deixarem correr…”

“Depois o Fausto Gresini colocou-o nos testes e a Italtrans viu-o e foi então que a sua carreira começou…”

“O Franco veio do nada, o que ele está a conquistar agora, vale o dobro, portanto 2021 vai ser muito importante, mas também um bocadinho assustador!”

“Estou sempre muito tenso, nunca devemos sentar-nos à sombra da bananeira”

“A geração de agora é diferente de antes, tudo muito extremo, antes era um desporto que era considerado só para os doidos, agora é para atletas profissionais, tens que ser inteligente, cuidadoso, preciso…”

“Mudou muito, os pilotos são profissionais, cuidam da sua alimentação, cuidam de tudo!”

“Isto é evolução e acho que acontece em todos os desportos.”

“O jovem Valentino era muito diferente do Vietti de hoje, mas no fim é tudo igual porque a paixão é a mesma!”

“Quando o Valentino já não estiver em pista, vai haver outros, um grande exemplo é o Morbidelli ou o Pecco Bagnaia.”

“São jovens que chegaram da academia e daqui a uns anos vamos estar inspirados por eles…”

“Por agora estão a seguir o Valentino, a assimilar e a aprender coisas e mesmo depois de ele se retirar, daqui a uns anos, gostava de continuar a fazer o que nós criámos, a Academia, a equipa…”

“Há muito trabalho, espero fazer algumas corridas de automóvel com ele, apoia-lo e continuar a segui-lo… e talvez guiar um pouco também!”

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