MotoGP história: Gary Hocking, o Rodesiano

Por a 6 Abril 2020 16:00

Continuando a nossa série de biografias de pilotos com apenas um título Mundial de 500, passamos a 1961 e a um piloto que, na verdade, teve 2 títulos mundiais, pois foi também Campeão de 350.

Gary Stuart Hocking nasceu no País de Gales a 30 de Setembro de 1937 mas é considerado Rodesiano por ter ido para esse país africano ainda bebé.

Hocking nasceu em Caerleon, perto de Newport, Monmouthshire, no sudeste do País de Gales, mas cresceu na Rodésia (rebatizada Zimbabué em 1980) onde frequentou o liceu Gifford High School. Na adolescência, começou a correr de moto em pistas de relva. Em pouco tempo, tinha seguido para os circuitos de velocidade.

Deixou a Rodésia para competir na Europa em 1958 e teve um impacto imediato, estreando-se em Assen e logo depois terminando em 3º lugar atrás das MV Agusta oficiais no Nürburgring. Ainda por cima, fê-lo com Manx Nortons de 350 e 500 cc, patrocinado pelo concessionário e preparador de Manchester Reg Dearden, que lhe forneceu motos de corrida novas.

Nesse ano, passou o inverno de 58 para 59 com a família Costain na sua casa em Castletown, na Ilha de Man, aprendendo o Circuito da Montanha com George ‘Sparrow’ Costain, um piloto estabelecido da equipa de Dearden, que já em 1954 tinha vencido o Grande Prémio Manx Sénior numa Manx 500 de Dearden. No Junior TT de 1959.

Gary terminou em 12º lugar da grelha, impressionante para um estreante no TT numa corrida em que alinhavam mais de 50 pilotos.

Consequentemente, em 1959 foi-lhe oferecido um lugar de piloto pela fábrica da MZ Agusta para correr no GP da Alemanha Oriental, e nesse ano ganhou o GP da Suécia de 250 e ao mesmo tempo terminou em segundo no campeonato de 250cc.

Durante os treinos para o TT Junior de 1959, a sua Manx Norton 350, e as máquinas dos colegas Terry Shepherd e John Hartle, estavam equipadas com motores 350 de fábrica ultras-secretos com comando de válvulas Desmodrómico, mas acabaram por usar motores normais para a corrida real.

A MV Agusta ofereceu apoio total de fábrica a Hocking para a temporada de 1960 e este retribuiu a confiança ao terminar em 2º lugar nas classes de 125, 250 e 350.

Hocking na MV 350

Após a retirada do motociclismo do campeão John Surtees em 1961, Hocking tornou-se o piloto de ponta da MV Agusta e conquistou dois Campeonatos do Mundo nas classes de 350 cc e 500 cc, de forma dominante nas MVs montadas na fábrica contra a pequena oposição de privados da época. Basta ver que, das 38 corridas começadas, venceu 19 e conquistou 33 pódios.

No entanto, a seguir Hocking foi profundamente afetado pela morte do seu amigo, Tom Phillis, na Ilha de Man TT, em 1962. Depois de ganhar o TT Sénior, que seria a sua última corrida de moto e última vitória, anunciou a sua retirada das corridas de motociclismo e regressou à Rodésia, pois sentia que as corridas de motos eram demasiado perigosas e decidiu que uma carreira nas corridas de automóveis seria mais segura.

Ironicamente, deixando as motos por serem perigosas, nesse mesmo ano, a 22 de Dezembro, foi morto num acidente de carro durante os treinos para o Grande Prémio do Natal de 1962 no circuito de Westmead. O seu carro, um Lotus 24 de preparação Rob Walker, saiu da pista no final de uma longa curva à direita e capotou duas vezes.

A cabeça de Hocking atingiu a barra de protecção e Gary morreu algumas horas depois no hospital Addington em Durban.

É possível que o carro tenha sofrido uma falha frontal de suspensão do lado direito e isso fez com que se desviasse bruscamente para a esquerda e capotasse. Hocking tinha apenas 25 anos e está sepultado no Cemitério de Christchurch, em Newport, em Gales.

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