MotoGP: O contra-senso da Yamaha

Por a 14 Junho 2017 18:39

A cinzenta exibição da Yamaha no Grande Prémio da Catalunha deixou marcas em Valentino Rossi e Maverick Viñales. Durante a corrida os dois pilotos rodaram sempre longe dos lugares da frente e acabaram por ver a bandeira de xadrez na oitava e 10ª posições, respetivamente com Viñales a segurar o comando do campeonato por apenas sete pontos face a Andrea Dovizioso, que venceu em Barcelona a segunda prova consecutiva em 2017.

No final da contenda tanto Rossi como Viñales extravasaram a desilusão face ao resultado obtido, mas com opiniões diferentes sobre o que aconteceu em pista, o que não deixa de ser peculiar e terá provocado alguma confusão junto dos responsáveis de Iwata.

Valentino Rossi lançou farpas à M1 versão 2017 afirmando que esta máquina não corresponde à “essência da Yamaha” para além de ter criticado o “excesso de subviragem” da moto nipónica, que tem consequências na pouca aderência do pneu traseiro. Críticas duras por parte do transalpino, que desde o início do ano parece não estar adaptado a 100% à nova M1, mas que mesmo assim tem feito durante esta primeira metade da época pequenos milagres, fazendo uso de toda a sua qualidade e experiência na classe rainha.

Já Maverick Viñales, que em 2017  já venceu por três vezes, foi bastante claro ao afirmar que o “problema não está na moto”, mas sim noutro aspecto, referindo-se claramente aos pneus disponibilizados pela Michelin, fornecedor exclusivo de pneus para o MotoGP e que tantas vezes ao longo deste último ano e meio tem sido alvo de crítica por parte de pilotos e equipas. O espanhol foi ainda mais longe afirmando que encontrava-se totalmente desmotivado depois da corrida que acabara de realizar. Efeitos seguramente de um pensamento a quente.

Esta diferença de opiniões parece mostrar que nenhum dos pilotos da Yamaha é dono da razão absoluta sobre o que sucedeu no circuito de Barcelona-Catalunha. Contudo a marca nipónica não perdeu tempo e logo no dia a seguir ao Grande Prémio da Catalunha aproveitou o teste oficial na mesma pista para utilizar um novo chassis na M1 bem como uma nova carenagem.

Viñales foi competitivo durante o dia, tendo sido o segundo mais veloz, enquanto Rossi foi mais lento, mas no final do teste estava satisfeito apesar de ter sublinhado que os problemas ainda “não foram todos resolvidos”.

Praticamente após a conclusão da primeira metade da época a Yamaha, nomeadamente através de Maverick Viñales, parece estar um ligeiro degrau acima da concorrência, mas desempenhos modestos como os verificados no Grande Prémio de Espanha (a crítica aos pneus voltou a ser uma realidade) e da Catalunha não poderão ocorrer muitas mais vezes, pois a concorrência, Ducati e Honda, já mostrou estar à espreita e pronta para capitalizar qualquer deslize da Yamaha.

Que venha o GP da Holanda, onde certamente Viñales e Rossi quererão mostrar que a ordem do campeonato será restabelecida tal como aconteceu a seguir ao GP de Espanha, onde no GP de França os dois pilotos não deram hipóteses à concorrência lutando entre si pela vitória até à derradeira volta.

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