MotoGP, 2020: Não a gabinetes remotos tipo Formula 1

Por a 15 Junho 2020 14:30

O conceito de Gabinete de Controlo de Missão não deve ser copiado na MotoGP, segundo quadros de topo da MotoGP.

As equipas de F1 têm salas especiais de ‘Controlo de Missão’ para os funcionários que trabalham remotamente durante os fins de semana de corrida, mas Pit Beirer da KTM, por exemplo, opõe-se à mesa coisa em MotoGP e ‘vai chorar’ se as restrições à porta fechada levarem o MotoGP a mudar nesse sentido.

Com o pessoal à beira da pista restrito nas corridas de MotoGP à porta fechada, poderão os fabricantes colocar aqueles que não conseguem trabalhar no circuito, ou mesmo outros funcionários adicionais, online para terem um papel “remoto” num fim de semana de corrida?

Isto já acontece em grande medida no MotoGP, onde por exemplo a Michelin pode controlar o comportamento dos pneus ao longo de um fim-de-semana directamente do seu QG em Clermont Férrand, mas está a ser levado a extremos na Fórmula 1, onde as maiores equipas têm mais de 100 engenheiros em salas especiais ‘Controlo de Missão’ de apoio à corrida na sede ou fábrica.

Este exército de engenheiros de corridas remotos está em constante diálogo com a equipa no circuito, despejando dados transportados da pista e executando simulações de computador para sugerir coisas como mudanças de configuração e escolha de pneus para a sessão seguinte.

Longe vão os tempos em que Mundiais se ganhavam com um piloto e um mecânico ou dois, e por vezes só a namorada. Hoje, habituadas a mordomias em grande parte desnecessárias e especialização excessiva, as equipas estão de tal modo inflacionadas que o que eles chamam “número mínimo” na MotoGP ainda contempla um máximo de 45 funcionários por equipa de fábrica nas suas corridas à porta fechada e 25 para cada equipa de satélite, com alguns dos funcionários da fábrica a assistir também a equipa satélite.

Uma equipa de MotoGP de primeira linha normalmente traz cerca de 50-60 funcionários para cada evento. Mas sem patrocinadores, convidados, meios de comunicação escritos ou fãs presentes para rondas à porta fechada, a maioria dos que ficam em casa devido ao limite inferior estarão do lado não técnico.

“Acho que ainda há um número bom de funcionários autorizados a ir às corridas”, disse o diretor da KTM, Pit Beirer.

Mas a utilização das salas de “Controlo de Missão” na F1 foi imposta após a imposição de limites de pessoal à beira da pista, exatamente a situação em que o MotoGP está agora a entrar, embora devido ao coronavírus e não à redução de custos, como no caso da F1.

Segundo sabemos, algumas equipas de MotoGP planeiam ter alguns técnicos adicionais a trabalhar remotamente durante os fins de semana de corrida à porta fechada, mas Beirer espera que o MotoGP nunca vá tão longe no conceito de ‘Controlo de Missão’ como a F1.

“Para manter o desporto saudável para o futuro, não devemos ir nessa direção da Fórmula 1 e ter 60, 70, 80 engenheiros sentados em casa a fornecer dados para as pista de corrida”, disse Beirer.

“Claro que seria útil, mas acho que não é absolutamente necessário para fazer o que queremos fazer: Queremos correr com uma moto numa pista de corrida, e queremos entreter o público com esse espetáculo.

Porque é que o público assiste ao MotoGP? Para ver os nossos pilotos incríveis nestes foguetes e descobrir quem é o melhor piloto na melhor máquina.

Mas acho que as pessoas nunca vão às pista de corridas ou ligar uma TV para descobrir quem são os 100 engenheiros mais inteligentes no fim de semana de corrida sentados no escritório das traseiras da fábrica.”

“Eu realmente chorava por cada euro que tivesse que gastar por este tipo de direção. Quero manter o espírito de corrida exatamente como é e se digo que perdemos corridas, perdemos em pista e não num escritório.”

“Queremos estar todos juntos de novo na pista de corridas e se não for permitido trazer todos para a pista, os que não estão autorizados a ir vão lamentar, mas o resto vai dar show!”

A primeira das corridas à porta fechada do MotoGP está marcada para Jerez no dia 19 de Julho, com a temporada a terminar em Valencia em meados de Novembro, enquanto se aguarda a decisão de eventuais corridas ultramarinas.

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