MotoGP: 366,1 km/h… a escalada de velocidade máxima no MotoGP  

Por a 29 Março 2024 12:50

Ao longo dos anos a velocidade máxima no MotoGP entrou numa escalada imparável até aos 366.1 km/h. Loris Capirossi e Gigi Dall’Igna ajudam-nos a entender como chegamos a este ponto, e como podemos agir.

Os protótipos do MotoGP atuais têm um aspecto estético muito diferente dos de há dez anos atrás… Mas isso não é tudo! O desenvolvimento da aerodinâmica e dos motores conduziu estas máquinas a velocidades estratosféricas. Senão vejamos: o recorde de 350,8 km/h registado por Andrea Iannone em 2015, está hoje completamente ultrapassado. Brad Binder com a KTM atingiu no ano passado em Mugello o novo recorde velocidade máxima de 366,1 km/h, e logo atrás está Enea Bastianini com a Ducati, que na mesma pista, durante o sprint, atingiu 364,8 km/h. Também  nos testes de pré-temporada em fevereiro na Malásia, quatro pilotos bateram o recorde da pista, mas o desempenho mais eloquente leva o nome do atual campeão. Francesco Bagnaia que tinha melhorado a pole position do GP anterior, apenas alguns meses antes nuns bons oito décimos.

São números nunca antes vistos, velocidades vertignosas que inclusive superam os valores da Fórmula 1. 338,3 km/h foi a velocidade mais alta de um F1 num ponto de deteção esta época, na Arábia Saudita. É caso para peguntar: onde vamos parar?

VELOCIDADES EXTREMAS ACIMA DA FÓRMULA 1

Loris Capirossi, o antigo piloto, agora responsável pela segurança de pista com a Dorna, deu ao sua opinião sobre este tema ao ‘Corriere della Sera’, explicando: “Nos últimos 4 anos houve um desenvolvimento estratosférico, especialmente a nível aerodinâmico. As motos, por exemplo, têm grandes asas na frente que lhes permitem descarregar muitos dos 300 cavalos de potência que são capazes de entregar ao solo. Além disso, as equipas também trabalham na cauda: ​​a Ducati foi a primeira a apresentar quatro asas, a Honda tem seis e isso favorece a estabilidade, a quilometragem e a velocidade de travagem.” Além disso, há também o holeshot lowerer, introduzido pela Ducati em 2018, que todos os concorrentes copiaram ao longo dos anos. Este sistema de controle eletrónico permite que a moto desça automaticamente nas partidas, evitando o levantamento da roda dianteira, e consequente perda de tempo.

NOVOS LIMITES DE 2027 A 2031

Tudo isto, porém, está destinado a mudar. Aliás, a Dorna, com a ajuda das equipas, está neste momento a avaliar o novo regulamento que vai durar de 2027 a 2031 e em que a cilindrada poderá mudar. Na verdade, dos atuais 1000, as motos poderiam passar até 850 cc. Até ao final da temporada os fabricantes poderão fazer propostas, que a Dorna irá depois avaliar e o diretor geral da Ducati Corse, Gigi Dall’Igna, declarou ao site alemão ‘Speedweek’: “A velocidade máxima é demasiado elevada, vai causar-nos problemas se não fizermos nada. O próximo regulamento vai durar até 2031, daqui a oito anos, e se continuarmos com as motos de 1000 cc a velocidade continuará a aumentar e isso vai criar problemas ”.

Facto curioso é que não é a primeira vez que a Dorna faz descer a cilindrada visando aumentar a segurança dos pilotos. Em 2007 proclamou-se uma nova era no MotoGP, com as máquinas a descerem de 990cc para os 800cc de cilindrada. Com a alteração da cilindrada, as motos perderam cerca de 20 cv, mas o resultado não foi o esperado.

De facto, Valentino Rossi (Yamaha) e Dani Pedrosa (Honda) bateriam o recorde do circuito de Jerez com as novas motos, menos potentes que as anteriores. O menor comprimento e porte das máquinas, associado ao desenvolvimento dos novos pneus disponibilizados pela Michelin, Bridgestone e Dunlop, permitiram aos pilotos abordarem as curvas de forma significativamente mais rápida, travando mais tarde e, aproveitando a melhor maneabilidade, entrando de forma mais agressiva.

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