SBK, Estoril: Giorgio Barbier da Pirelli, 35 anos na competição

Por a 21 Outubro 2020 15:30

Na primeira parte desta entrevista, com o Diretor de Competição da Pirelli nas duas rodas, quisemos saber da história da Pirelli em Superbike… Agora, falamos do homem e  da carreira de Giorgio Barbier

“O mais difícil nesta aventura toda foram os primeiros anos, porque as marcas, sobretudo as equipas oficiais, tinha uma relação com as casas de pneus com que corriam antes muito estreita.

Havia pneus especiais postos à disposição para uma marca e outros para outra, para um piloto da mesma marca e para outra e dentro das marcas, até para pilotos individuais.

Era um tratamento diferenciado… Chega a Pirelli e diz-lhes que este pneu tem que servir para todos!

É claro que de início, trazíamos 5, 6 ou 7 soluções de misturas diversas para cada corrida, era uma montanha de pneus, porque não sabíamos como iam reagir as marcas e o confronto, em comparação com os tempos dos protótipos, em relação ao ano anterior era terrível…

Em relação aos tempos por volta, éramos 2 segundos mais lentos e por aí fora…

Depois, pouco a pouco, fomos conseguindo colmatar essa diferença e até conseguir melhorar um bocadinho e é este trabalho que continuamos a fazer!
No presente, atendemos as exigências de todos, portanto, se é um pneu que funciona muito melhor para uma das marcas, mas para as outras não, retiramos esse pneu, porque dava uma vantagem injusta a uma das marcas.

Se o pneu der uma vantagem, tem que ser uma vantagem para todos

Mesmo assim temos quatro técnicos que se dividem pois várias marcas, cada um deles trata de seis ou sete pilotos e a função deles é recolher todas as informações junto desses pilotos e dessas equipas..

Não quer dizer que façamos pneus especiais, quer dizer que os adaptamos melhor às necessidades de cada marca.

No fundo, a função do técnico é atuar junto da equipa pelos dar a conhecer as soluções que trouxemos e como adaptá-las melhor a cada marca.

Para nós, o técnico serve para ficarmos a saber como a equipa utilizou os pneus, que problemas teve, depois as informações vem todas aqui ter depois dos treinos e nós procuramos entender o que fazer para melhorar ainda mais em geral.

O resultado de todo este envolvimento na competição, em termos comerciais, foi que passamos de 9º no mercado para líderes mundiais, mas foi também porque o mercado cresceu tanto..

Há sempre mais corridas, sempre mais apaixonados pela competição, que vão à pista fazer Track Days, até porque hoje em dia andar numa destas Super Desportivas em estrada é cada vez mais perigoso, e portanto foi um mercado que cresceu imenso, e nós estávamos nesse mercado e crescemos com ele!”
“Quanto ao Estoril, para mim é muito importante, porque a primeira vez que vim aqui, em 1984, vim na Formula 1, como engenheiro de pista pela Toleman Hart com o Ayrton Senna, e foi aqui que o Aytron Senna venceu a sua primeira corrida no molhado um ano mais tarde, já com a Lotus, e eu estava aqui a ver a corrida e tocou-me o coração, lembro-me perfeitamente!

Tinha começado em 1983 com as motos, depois passei aos carros, cheguei à Fórmula1, e depois regressei às motos em 1986, quando trabalhei no projeto Gilera até 1992 com o Jean Phillipe Ruggia e Carlos Lavado…

Depois regressei à Pirelli e ocupava-me dos carros de competição até 2000, quando voltaram a chamar-me para a divisão das motos…

Portanto, foi uma aventura, são mais de 35 anos a trabalhar neste meio.”

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