MotoGP, 2020: Paralisação atrasa planos de reforma

Por a 25 Abril 2020 15:30

Enquanto o mercado de pilotos de MotoGP de 2020 deveria dominar as manchetes deste ano, com a maioria dos contratos a expirar no final de 2020, a paragem inesperada do Covid19 poderá fazer os pilotos mais velhos atrasarem os planos de reforma para permanecerem na modalidade.

De acordo com a dupla da Aprilia Bradley Smith e Aleix Espargaró, que discutiram o tema durante um vídeo ao vivo no Instagram, a paragem deu-lhe tempo para refletir sobre as suas carreiras e planos futuros.

Durante a conversa que teve lugar na conta de Instagram da Aprilia, Espargaró reconheceu que tinha discutido planos de reforma, mas desde que não foi capaz de correr devido à paralisação, pensamentos de desistir foram suspensos.

“Estou a perder muitas corridas e surpreende-me porque falámos muito durante o inverno sobre o próximo ano, o futuro e estava a pensar um pouco na reforma. Para mim, isso significava que a reforma não está muito longe”, disse Espargaró. “Mas agora, depois deste bloqueio, apercebi-me que tinha muitas saudades de correr.”

“Não esperava sentir tanta falta assim, mas sinto falta da sensação interior, da pressão, dos nervos, até das viagens. Odeio viajar, depois de 15 anos no campeonato odeio aviões e aeroportos, mas agora estou a ter saudades disso tudo!”

Smith, depois de perder o seu lugar a tempo inteiro no MotoGP quando deixou a KTM e se tornou piloto de testes da Aprilia no ano passado, diz que também pensou em retirar-se, mas um mês depois das férias de inverno percebeu que não estava pronto para desistir.

O piloto britânico acredita que a mesma sensação que ele e Espargaró sentiram será partilhada por toda a grelha de MotoGP e significa que menos pilotos deixarão de correr num futuro próximo.

Nas últimas semanas, Cal Crutchlow confirmou que quer continuar a correr até 2021, tendo previamente considerado a reforma, enquanto Valentino Rossi também disse que vai optar por não desistir no final desta temporada.

“Estava numa situação semelhante no final de 2018, quando soube pela primeira vez que não ia continuar numa equipa a tempo inteiro, estava a pensar que me ia reformar. Mas depois fiquei na mesma, depois de um mês ou dois, sabia que não estava preparado”, explicou Smith.

“Acho que vai ser o mesmo para muitos pilotos, francamente, porque muitos pilotos estavam a pensar talvez sim ou talvez, mas, depois de todo este tempo, acho que vai impulsionar muitos pilotos a andar novamente e a ficar.”

“Acho que vai ser melhor para todos porque ainda sentimos que temos mais para dar e ser competitivos.”

“Mas é mau para alguns dos outros tipos que tentam chegar ao MotoGP, pois vão ter de nos empurrar para fora.”

Aleix Espargaró admite que os seus pensamentos sobre a reforma foram desencadeados pelo cansaço de viajar 10 meses por ano e estar longe da sua jovem família, enquanto também se sentia frustrado por competir em máquinas pouco competitivas.

Mas desde a estreia em testes da RS-GP de 2020, com o novo motor V4 de 90 graus e nova aerodinâmica, o piloto espanhol sente que a mais recente candidata a honras na MotoGP do fabricante italiano voltou a ser um pacote emocionante.

“Depois deste bloqueio e experimentando a moto nos testes da Malásia e do Qatar, parece que a RS-GP 2020 nos dará muita satisfação”, disse Espargaró. “É apenas o início, mas percebeu-se como é diferente da moto de 2019. Os testes de inverno são só testes, mas mal posso esperar para correr e misturar-me com os outros para ver se podemos estar perto do pódio.”

“A estabilidade da moto é dez vezes maior do que a antiga. Lembro-me que o movimento nos travões e sob aceleração da moto de 2018 e 2019 era elevado, mas a estabilidade da moto de 2020 torna muito mais fácil andar, e menos físico também.”

“O novo motor não é tão potente, esperava ter mais potência, que espero que chegue no futuro, mas é mais fácil de pilotar, o motor é mais fácil de controlar, especialmente quando o pneu se degrada.”

“No geral, é um grande passo em frente. Foram apenas dois testes, por isso, quando realmente testarmos os materiais a fundo, podemos ver como é a mota de corrida contra os outros, por isso mal posso esperar para comparar e ver se podemos chegar perto do pódio, pois esse é o objetivo.”

Após a análise ao ritmo da corrida no último dia do teste de MotoGP de Sepang, o alvo de Espargaró pode ser realístico, vista a sua velocidade na nova RS-GP.

Com as rondas de MotoGP alemã e holandesa previstas adiadas devido às suspensões em grandes eventos públicos de cada país, a temporada de 2020 poderá começar só em Agosto, quer no Red Bull Ring, quer em Brno.

Espargaró vai correr pela Aprilia como planeado, e Smith deverá ser seu companheiro de equipa esta temporada, como previmos no Especial Motosport de Março, com Andrea Iannone atualmente a cumprir uma suspensão antidoping de 18 meses.

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