MotoGP, 2020: Dovizioso comemora em casa os 34 anos

Por a 24 Março 2020 14:00

Andrea Dovizioso, estrela da Ducati, comemorou o seu aniversário de 34 anos ontem e deixou uma mensagem de encorajamento aos fans. O tricampeão mundial de vice de MotoGP não se vê como um herói e aponta para os seus começos humildes.

Andrea Dovizioso terminou o Campeonato do Mundo de MotoGP em segundo lugar nos últimos três anos, derrotado apenas por Marc Márquez. Até aí, o italiano não venceu uma corrida de MotoGP por sete anos e meio antes do GP da Malásia de 2016.

Andrea Dovizioso comemorou a sua primeira vitória no MotoGP na Honda Repsol à chuva de Silverstone em Julho de 2009, mas teve que esperar 2.653 dias antes de triunfar a 29 de Outubro de 2016, novamente à chuva, em Sepang. Naquela época, quase ninguém esperava que nos anos seguintes o italiano se tornasse o adversário mais consistente do vencedor da série Marc Márquez.

O tão esperado título de MotoGP ainda não calhou a “Dovi” em 2019, mas pelo menos em Doha e Spielberg, o piloto da Ducati derrotou o campeão mundial Márquez nos últimos metros e as fotos do feito deram a volta ao mundo.

Dovizioso, que comemorou ontem os seus 34 anos hoje, ainda não se vê como um herói:

“A televisão faz de nós estrelas, mas somos pessoas normais, e acima de tudo, não esquecemos de onde viemos”, lembrou ele uma vez. “É claro que todos seguiram o seu próprio caminho, mas a maioria vem das mini motos – e de muitos anos em que vivemos como nómadas a dormir na parte de trás de um furgão”, disse ele com um sorriso.

«Todos os fins-de-semana eram passados a andar de moto, com pais que certamente são algo de especial, caso contrário eles nunca teriam feito isso: por seis ou sete anos têm de gastar dinheiro que quase ninguém realmente tem. De alguma forma, consegue-se sobreviver e por vezes mal se tem dinheiro para voltar para casa de uma corrida, mas ainda se participa na corrida na mesma, e isso acontece vários anos”, lembrou o italiano, que já esteve no pódio do Mundial 101 vezes. “Depois, chegamos ao Campeonato d0 Mundo, onde há televisão e isso transforma-nos numa personagem famosa, mas somos o mesmo de antes. Entramos num mundo enorme, onde há dinheiro, TV e outros media, mas não devemos esquecer-nos de onde viemos”, afirmou o campeão do mundo de 125cc em 2004.

O seu pai Antonio Dovizioso desempenhou um papel decisivo no início, e aos 64 anos, ele ainda gosta de andar de motocross. O filho também recorda isso no documentário “Undaunted” (destemido):

“O meu pai é ainda mais determinado do que eu, ele é a pessoa mais determinada que eu já conheci. E é verdade que eu não estaria aqui sem o sonho dele. O talento não importa se não há uma pessoa meio louca para nos colocar nesta posição. Porque estamos falando de pelo menos dez anos em que falta dinheiro para a viagem de volta para casa:”- um sentimento que poderis bem ser ecoado por Miguel Oliveira, que passou pelo mesmo num país onde muito menos gente ligava ao motociclismo que em Itália!

Dovi ainda compartilha a sua paixão pelo motocross com o pai:

“Quando chegamos a casa dos Grand Prix, gostamos de fazer motocross para estar o mais preparado possível para a próxima corrida. Estamos menos interessados ​​no que poderíamos fazer com o rendimento que temos agora. Deste ponto de vista, podemos ser mais pessoas “normais” do que outros atletas, devido a esse cenário. Crescemos assim e levamos isso connosco, mesmo que se esteja no Mundial  há 15 anos ou mais”, explicou Dovizioso, que até agora alcançou 23 vitórias em GPs em 18 anos.

O piloto de Forlì, agora com 34 anos, nunca teria ousado fazer isso sozinho:

“Mesmo que eu sempre lutasse pelo campeonato nas mini-motos, nunca tinha pensado que chegaria ao Mundial . Isso pareceu-se muito importante, especialmente naqueles anos. Havia Capirossi, Melandri e Valentino [Rossi], que vieram para o Mundial muito jovens, e havia a possibilidade, mas não foi uma coisa em que tivesse pensado ​​demais.”

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