Simon Crafar nunca foi do tipo que mede as palavras, nem que recua no meio de uma curva. O ex-piloto de MotoGP, agora comissário da Direção de Corrida, trocou o seu fato de competição pela camisa branca do controlo de corrida — uma transição que muitos temiam, mas que abraçou com a mesma franqueza que demonstrava quando estava a cortar as curvas.
Numa entrevista com Pol Espargaró transmitida pela motosan, o neozelandês ofereceu uma visão crua e lúcida do trabalho de um comissário de MotoGP — esse ato de equilíbrio em que se tenta manter a cabeça fria em meio ao barulho dos fãs, das câmaras e das redes sociais.
– Não tenho mais medo dos comissários. Eu tinha mais medo quando estava como vocês, na televisão, porque todos percebem um erro. Eu sou responsável pelas decisões, mas somos três que nos complementamos. Temos 160 câmaras, uma equipa de análise e um objetivo: consistência. 160 câmaras e, ainda assim, há sempre alguém para dizer que «os comissários não viram nada». Quando uma ação não é uma penalização, mas continua a ser perigosa, chamamos o piloto. Mostramos-lhe o vídeo e dizemos-lhe: «Isto não é um castigo, mas não volte a fazer isso.» Não tenho problema em fazer o que acredito ser certo, mesmo que eles fiquem zangados. »
















