Moto3, 2020: A resposta da KTM

Por a 9 Março 2020 15:00

A KTM foi derrotada pela Honda nos últimos três campeonatos mundiais de pilotos e construtores, levando a fábrica austríaca a fazer grandes alterações na sua RC4 para 2020.

O chassis foi totalmente revisto com um quadro diferente, geometria e posição de condução, para melhorar a viragem, para que os pilotos possam entrar em curva mais rapidamente.

Os componentes internos do motor também foram ajustados utilizando aprendizagens do motor RC16 de MotoGP da KTM, que partilha o mesmo diâmetro e curso – uma RC16 são, basicamente, 4 RC4s em V-  para melhorar a aceleração à saída de curva.

Uma nova entrada de ar e uma caixa-de-ar maior são partes importantes num aumento útil de potência e binário.

Segundo Gino Borsoi, diretor desportivo da equipa Aspar, que alinha com o vencedor do Qatar Albert Arenas e Stefano Nepa nas RC4s, a moto mudou muito em comparação com a época passada.

A viragem, especialmente em curvas mais lentas, melhorou, sem perder a estabilidade em curvas rápidas.

No passado, a maior desvantagem face às Honda era nas retas. Isto era bem patente já há anos, nos duelos entre Danny Kent e Miguel Oliveira, quando a Honda do Inglês fugia claramente em qualquer pedacinho de reta à KTM do Português.

Depois, o motor deste ano oferece melhor aceleração, e logo, melhor saída de curva – na área de 20 a 60 por cento de abertura do acelerador, permitindo fechar o intervalo.

Os regimes médios são importantes, porque a nova potência é suficiente para sair das curvas com mais velocidade, permitindo usar uma caixa de velocidades com relações mais longas para mais velocidade máxima.

A NSF2020RW da Honda sofreu alterações mínimas para 2020, com exceção da caixa de velocidades, que reverte para o design de 2018. E a Honda continua muito rápida: Apesar da KTM ter vencido a corrida de abertura da temporada de Moto3 de 2020, as Honda NSF250RW preencheram as oito posições finais seguintes, todas elas cruzando a meta a menos de um segundo de Arenas, com o segundo classificado, John McPhee, a falhar por 0,053sec em passar o espanhol na corrida até à meta.

As regras do motor de Moto3 mantêm-se inalteradas para 2020. Os pilotos têm seis motores, duas caixas de velocidades e dois corpos de acelerador para a temporada de 20 corridas, que alugam aos fabricantes por um máximo de €60.000.

Os fabricantes geralmente entregam motores aos pilotos em vários lotes durante o ano. Os motores são atribuídos aleatoriamente pela IRTA, pelo que as fábricas não têm influência em quem obtém o motor.

Conforme cada novo lote chega, a IRTA seleciona aleatoriamente um motor como amostra, que é desmontado e comparado com a amostra do primeiro lote, para garantir que todas as peças permanecem inalteradas.

Se não forem encontradas diferenças, o novo lote é aceite, os motores selados e depois distribuídos aleatoriamente.

A KTM teve a moto mais rápida no fim-de-semana, mas apenas à justa, com a RC4 de Kaito Toba a atingir os 246.5 km/h, uma fração mais rápida que a NSF250RW de Jaume Masia a 246 km/h.

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