Com o Campeonato Feminino WCR ausente no Mundial de SBK no Estoril, fomos encontrar a piloto portuguesa Madalena Simões de visita ao paddock e não poderíamos deixar de fazer uma entrevista a um(a) do/as três pilotos portugueses a competir em mundiais de velocidade atualmente

“É verdade que este primeiro ano foi difícil, já sabia que ia ser difícil, tive de encarar esta época como um ano zero, porque era o ano de voltar a adotar um ritmo competitivo, de voltar às pistas, adaptar-me a uma moto nova, muitas pistas novas que eu não conhecia, mas acho que mesmo assim, me consegui integrar bem no grupo das mais rápidas do mundo.”
“Claro que não estava à espera de andar no Top 10 ou nas primeiras 15 sequer logo à primeira, mas a verdade é que comecei por andar no último lugar e neste momento na última corrida já andava a ‘picar’ a zona dos pontos, portanto já estamos ali muito perto de pontuar, e acho que é o meu objetivo para a última ronda na próxima prova, em Jerez de la Frontera, chegar aos pontos… e acho que vou conseguir!”
“Para o próximo ano, levar as coisas um bocadinho mais a sério, já sei para onde vou, penso que já vamos ter condições para treinar mais…”

No começo da época, agora prestes a terminar em Jerez de la Frontera, Madalena enfrentava três desafios consideráveis: Primeiro, não corria há quase 4 anos, depois, ia ter de se habituar a uma moto nova, maior, mais potente e pesada que as pequenas R3 do Campeonato Nacional SSP300 e, finalmente, ia participar num Campeonato onde todas as provas menos a desta semana eram realizadas em pistas desconhecidas. Mesmo assim, a piloto de Negrais não tem dúvidas onde a maior dificuldade residia:
“O mais difícil até foi mesmo voltar ao ritmo competitivo… claro que andar de moto, obviamente eu sabia…mas a parte psicológica de andar rodeada de motos a passar pela direita e pela esquerda atrapalhava-me… Hesitava muito, ainda não tinha aquele ‘chip’ de corrida de tomar a decisão, ir atrás e ultrapassar e isso foi o mais difícil de voltar a ganhar!”
“Mas agora, o simulador ajudou, já tive oportunidade de me habituar, de voltar ao ritmo das ultrapassagens e voltar ao que era!”
“A minha melhor posição até agora foi P17, e comecei por acabar em P24!”

“Agora, ultimamente já tenho sempre mantido 5 ou 6 pessoas atrás de mim consistentemente …. Faltam-me dois ou três lugares para pontuar!”
“Em Jerez, pelo menos já conheço a pista, já tenho menos uma desvantagem… “Caí em Magny Cours, na última corrida, por acaso quando ia na minha melhor posição, ia em 16º… ia atrás de outra para passar… não me preocupo muito com caír, é parte de aprender!”
”Eu sei que a ideia é cair nos treinos para depois ser rápida na corrida, mas não há grandes treinos, é a contar, é logo tudo a contar…”
“Para o ano, esperamos ter um pouquinho mais de orçamento para poder ir treinar mais, este ano foi tudo improvisado, irei arranjar uma carrinha para estar mais independente, chegar lá e pelo menos ter uma base de trabalho…”
“Não é como chegar à pista completamente sem bases, sem saber se vai para a direita ou para a esquerda!”
“Se conseguir ter uma base de trabalho, 3 ou 4 dias a rodar na pista constantemente, e chegar a uma afinação, por muito básica que seja, para ter a afinação logo no início da prova, no início do Campeonato, acho que vai fazer toda a diferença…”

“Os meus patrocinadores este ano foram um bocadinho à base dos conhecidos da minha terra, ou da minha região, a querer ajudar. “
“Pessoas que me conheciam ou ao meu pai, de Negrais, que é de onde eu sou (perto de Mafra, n. do autor), foi muito à base disso… de empresas grandes, nacionais, não tive propriamente nada de especial… foi muito ‘ah, queremos ajudar esta rapariga porque é cá da terra, e juntámos algum dinheiro… mas eu acho que isto é um projeto que tem visibilidade para que uma empresa maior se envolva e beneficie.”
“Já comecei a fazer a abordagem a certas empresas e a apresentar o programa para o ano.”

















